Indígena transforma cores e formas dos Kadiwéu em moda
Estudante de Design apresenta nova coleção amanhã, em apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso. Ela faz planos para montar grife própria depois de formada

Na passarela, a estudante de Design Benilda Vergílio, de 23 anos, mostra as cores de sua etnia e sonha em criar a própria grife. A indígena quer ser design de moda para mostrar os traços da cultura Kadiwéu em suas coleções.
“As peças são inspiradas nos Kadiwéu e em todos os indígenas do Brasil”, diz.
Nesta quarta-feira (30), ela apresenta a nova coleção de vestidos durante a banca de conclusão de curso. Com isso, ela fecha a etapa de estudante e já faz planos para a carreira de design.
“Quero montar meu próprio ateliê, com meus materiais e vender o meu trabalho. Depois de formada é esse meu sonho”, deseja.
Ela pretende ficar em Campo Grande e dar o nome de Benilda Kadiwéu para a grife, que ainda não tem local ou patrocínio para ser criada.
Para a apresentação de amanhã, a estudante preparou quatro modelos de vestidos. Além da inspiração indígena, a estudante também contou com a moda dos anos 60 para compor as peças.
A cultura Kadiwéu ainda vai marcar presença nos rostos das modelos, com as pinturas típicas da etnia. “As pinturas são utilizados pelos Kadiwéu para guerrear e mostrar se a pessoa está triste ou alegre”, explica.
Para a confecção dos vestidos ela utilizou cerca de R$ 330, que conseguiu por meio de parceria com o Projeto Rede de Saberes, que presta apoio a permanência de indígenas na universidade.
As peças são confeccionadas com materiais diversos, são vários reciclados e característicos da região.
A nova coleção será exposta em desfile no dia 17 de dezembro, em Bodoquena, onde fica sua aldeia, Alves de Barros. A estudante também participou de outros eventos de moda como convidada e foi destaque na coluna Estilo Iesa, do Jornal do Brasil.
Benilda diz que desde criança gostava de “brincar de estilista” e com o curso de Design pode aperfeiçoar o dom.