Aliens surgem na porta de casa e dão susto até na malandragem do bairro

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É quase impossível passar na esquina das ruas Santa Rosa e Clemente, no Bairro Santa Luzia, e não notar a a dupla de aliens pendurados na fachada de uma residência. À noite, a cena é bizarra. Quem mora perto procura nem olhar muito. Mas de dia, esculturas brilhantes, em prata e vermelho, chamam atenção e intrigam muita gente. Quem mora na região garante que os "visitantes" de outro planeta têm feito sucesso e reunido dezenas de curiosos que param para observar os detalhes da obra de perto.

Na casa funciona um escritório, que pertence ao maquinista Vandergleison Silva, 43, irmão do mecânico Valdisnei Silva, 48, que falou brevemente com a reportagem e explicou que os dois bonecos, na verdade, pertenciam a uma fantasia de Carnaval. “Eu não sei por que ele [o irmão] colocou, mas a galera costuma chegar ali, eles gostam”, conta.

Os bonecos foram confeccionados pelo carnavalesco Adão Barboza, 60 anos, para um desfile da Escola de Samba Deixa Falar. Os personagens faziam parte da fantasia de uma astronauta e uma alegoria que trazia robôs e um disco voador. Adão conta que levou um mês para eles ficarem prontos.

Os ETs foram esculpidos em isopor e revestidos com lamê, um tipo de tecido com lâminas prateadas. Eles são decorados com dezenas de pedras vermelhas e prateadas, que desenham o contorno do rosto e a silhueta dos bonecos.

De acordo com o funileiro Ademar Gonçalves Amarilho, 42 anos, os bonecos fazem muito sucesso no bairro e chamam atenção. Ele diz que as esculturas caíram no gosto tanto das crianças quanto dos adultos, que dão a volta no quarteirão e estacionam para tirar fotos.

Ficou tipo um ponto turístico. Eles param para tirar foto, para ver como é de pertinho. Para quem não acredita em ET, agora tem, no Santa Luzia”, brinca Ademar.

No bairro, os bonecos dão o que falar, e há quem diga que serviu até para espantar a malandragem, já que os bonecos assustam alguns desavisados à noite. “Teve um cara que passou aqui de noite e quando olhou para o ET saiu despinguelado para baixo. A gente até colocou uma luz de sensor ali para ver o carreirão”, conta o motorista Paulo Freire, de 64 anos.

Responsável pela confecção dos bonecos, Adão Barboza diz que não tinha espaço para guardar as alegorias, por isso deu os ETs para Vandergleison.

Adão é responsável por confeccionar várias alegorias de Carnaval e diz que possui várias esculturas de animais guardadas. Quando soube que sua arte estava exposta no portão da casa do maquinista, diz que ficou surpreso.

“Eu achei loucura deles, porque eles falaram que iam levar pra Rochedo, mas tá pendurado ali, assustando o povo. A gente fica gratificado, na verdade. O pessoal soube aproveitar o negócio que eu dei pra eles”, comenta Adão.

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