Braulino foi checar uma denúncia e encontrou o amor aos 78 anos
Heneide, de 88 anos, vivia sozinha até abrir a porta para quem mudaria sua rotina
No portão, o filho perguntou: “Mãe, quem é esse homem?”. Sem pensar duas vezes, Heneide respondeu: “É meu marido”. Braulino ainda estava ali, na cozinha da casa dela, e não teve tempo nem de argumentar. Era isso: estavam juntos.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Aos 78 anos, Braulino Nascimento encontrou o amor ao visitar Heneide Moreno Marques, 88, durante uma averiguação de denúncia de abandono em Bataguassu. Ele, presidente da Associação de Direito de Idosos, e ela, viúva há seis anos, iniciaram um relacionamento em janeiro deste ano. O casal, que mantém residências separadas, não pretende se casar, mas já planeja uma viagem a Salvador para conhecer a família de Braulino. Para Heneide, que enfrentava a solidão após 65 anos de casamento, o novo relacionamento representa uma renovação da vida.
Foi assim que começou o namoro de Braulino Nascimento, de 78 anos, e Heneide Moreno Marques, de 88. Ele é presidente da Associação de Direito de Idosos, em Bataguassu, e foi até a casa dela para averiguar uma denúncia de abandono. Saiu de lá com muito mais do que um relatório.
O Lado B encontrou o casal em Campo Grande, durante um intervalo de uma consulta na Funcraf (Fundação para Estudo e Tratamento das Deformidades Crânio-Faciais). Apesar da passagem pela Capital, os dois moram em Bataguassu. E, sim, cada um na sua casa. “Casar? Não pretendemos”, diz Heneide, com um sorriso fácil, sempre trocado com o dele.
Heneide perdeu o marido há quase seis anos, depois de um casamento que durou 65. Desde então, vivia sozinha em uma casa com dez cômodos. “Era a mesma coisa que eu não existisse. A solidão dói e chega a matar. Eu chorava todo dia”, confessa.
O encontro dos dois aconteceu em 31 de janeiro, depois de um amigo contar para Braulino como Heneide vivia. “Um amigo me perguntou da associação e depois disse: ‘Você ainda não foi ver a dona Neide?’. Aí fui”, conta ele. Desde então, não se desgrudam.
No início, Braulino teve receio. “Estou divorciado há 16 anos, tenho quatro filhos. Fiquei com medo de arrumar um jacaré. Mas minha filha casou-se recentemente, foi lá conhecer a dona Heneide, conversou com ela e hoje até manda lembranças”.
Agora, planejam juntos uma viagem a Salvador, para que Heneide conheça a família dele. “Pra mim foi ótimo. Sempre triste, sempre sozinha. Eu falava, Deus vai arrumar uma traia pra mim bem boa e tá aí”, diz ela, em tom brincalhão. “Antes eu podia ter coisa boa pra comer, mas nunca estava bom”.
Sobre o sentimento que chegou depois dos 80, Heneide resume com a leveza de quem não desistiu de viver: “É muito bom, renova a vida”.
E os filhos, o que acharam? “Nunca falaram nada, ficaram mudos, surdos e cegos”, solta Heneide em um tom humorado. “O mais velho disse: ‘Não vou falar nada, minha mãe sabe se virar’”.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.