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Comportamento

Em bairro nobre, feira na garagem ajuda aposentado a se recuperar de câncer

Anny Malagolini | 20/06/2014 06:50
Casal colocou a banca frente a casa há um mês Foto: Marcos Ermínio
Casal colocou a banca frente a casa há um mês Foto: Marcos Ermínio

Dizer que o trabalho enobrece o homem não é só frase de efeito. A testemunha fiel disso é Marco Antônio Oberosler, de 52 anos. No número 539, da rua 1º de Maio, a cena destoa do que normalmente se vê em um bairro privilegiado como o Jardim Santo Bento.

O aposentado vende hortaliças e frutas, assim como em uma feira, e com preços bem menores em relação aos mercados. A diferença é a exposição dos produtos, que ficam sob o portão eletrônico, na garagem da casa.

Há cinco anos ele descobriu câncer nos rins. Na época, morava em Portugal, onde trabalhava como mecânico de aviões. Mas com a descoberta da doença, voltou ao Brasil ao lado da esposa, a dona de casa Maria Helena dos Santos Oliveira, de 56 anos.

A doença castigou Marco. O tratamento cansou o corpo, ele passou a permanecer boa parte do tempo deitado, sem vontade de lutar. Até que, por recomendação médica, precisou encontrar uma atividade e reagir. Para ajudar o companheiro, Maria teve a ideia de montar a feirinha e assim criou o negócio.

Dentro de um mês, o casal montou a banca e começou a vender em maio. Mesmo em pouco tempo, os sinais de melhora já são visíveis, comenta. “Estou mais disposto e engordei, a volta deu outro ânimo”, aponta Marco.

As frutas e verduras são da chácara de um dos filhos de Maria, que quando soube da doença do padrasto, ofereceu uma forma dele voltar ao batente. Para ajudar a reforçar a produção da horta, a família vendeu um carro e comprou um trator para ajudar na plantação.

Hoje os produtos são oferecidos em pouca quantidade, mas tudo fresco, como na feira. Os preços são menores também. O nabo, por exemplo, custa R$ 2,00 a unidade. Também tem alface, couve, brócolos, acelga, abobrinha, cenoura, batata doce, maracujá, caqui, kiwi, melancia, manga, abacaxi e temperos.

Para os interessados, o portão da família abre de segunda a sábado, por volta das 7 horas, e fecha na hora do almoço, por conta do sol que bate na calçada.

Legumes, verduras e frutas são da chácara da família Foto: Marcos Ermínio
Legumes, verduras e frutas são da chácara da família Foto: Marcos Ermínio
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