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Comportamento

Em escola no Pantanal, pedir benção ainda é costume da criançada

Professor, Diego conta que a educação na área rural conserva ritmo e tradições que a cidade perdeu

Por Aletheya Alves | 19/03/2024 06:52

Há um ano trabalhando no Nabileque, região do Pantanal, o professor Diego Martinez Vilalva precisou mudar a lógica com que trabalhava ao notar que os alunos da escola rural na Estância Esmeralda conservavam ritmos e tradições que a cidade já perdeu. Exemplo disso é que todos os dias, a criançada vai até ele no início da aula para pedir a benção.

Formado em educação física, o professor narra que antes de ir para a Escola Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, sua experiência era com escolas na área urbana. E, quando decidiu se mudar para o meio do Pantanal, sua rotina e a forma de ver a educação mudaram ao entrar em contato com os alunos e com a natureza.

“Quando trabalhava em escola na área urbana, percebi que os alunos são muito mais agitados e ansiosos do que no campo. A rotina escolar do campo é muito mais tranquila desde o momento em que os alunos chegam até sua saída”, explica o professor e Educação Física e Direitos Humanos.

Sobre o vídeo que registrou do momento em que os pequenos pedem a benção, ele detalha que esse ainda é um costume muito forte na região. “A maioria tem esse costume trazido da própria casa. No início, fiquei muito tímido e não sabia o que fazer direito, mas logo compreendi que o ato de pedir benção era uma forma de respeito a nós, professores”.

Um dia na semana, acolhida possui momento cívico. (Foto: Arquivo pessoal)
Um dia na semana, acolhida possui momento cívico. (Foto: Arquivo pessoal)
Rodrigo conta que essa é sua primeira experiência em escola rural. (Foto: Arquivo pessoal)
Rodrigo conta que essa é sua primeira experiência em escola rural. (Foto: Arquivo pessoal)

Especificamente sobre sua experiência atual, Diego explica que o cotidiano na escola inclui diversos momentos para compartilhar experiências e falar sobre práticas que não estão apenas no currículo. E os atos de respeito entram nas dinâmicas.

“Os alunos são extremamente educados e alguns vêm trajados de bota, chapéu e cinto de fivela por ter muitas fazendas por aqui. No almoço, é admirável ver os adolescentes tirando o boné ou chapéu para almoçar na mesa”, detalha.

Outro exemplo é que a educação segue com os agradecimentos pela refeição e, pensando sobre esses costumes, o professor conta que os hábitos mantidos por ali são bons exemplos de hábitos positivos a serem reforçados em todo canto.

E são esses detalhes que se somam às novas experiências do professor, assim como o silêncio pantaneiro. “Hoje, estou na escola com gestão da diretora Rosemeire Esteves. É minha primeira experiência e no início foi um desafio, pois ficamos em uma região distante”.

Assim como vê uma concentração maior nos alunos, Diego também sentiu que seu ritmo melhorou.

“Para quem era acostumado aos sons da cidade, acredito que aqui consigo me conectar comigo mesmo e desenvolver relações mais significativas com meus colegas de trabalho, pais e alunos. Além disso, a natureza é linda”, completa o professor.

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