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Comportamento

Ex-Engenheiros do Hawaii, Maltz volta para falar das confusões da Era de Aquário

Período de transição foi citado por Carl Gustav Jung, um psiquiatra que em 1950 fez projeções não tão otimistas para o futuro

Danielle Valentim | 28/07/2019 08:26
“Eu uso a astrologia de uma forma prática a nosso favor. Eu não tenho interesse em adivinhar futuro, eu digo que o presente já está difícil", diz.(Foto: Danielle Valentim)
“Eu uso a astrologia de uma forma prática a nosso favor. Eu não tenho interesse em adivinhar futuro, eu digo que o presente já está difícil", diz.(Foto: Danielle Valentim)

Depois da fama como baterista do Engenheiros do Hawaii, o psicólogo e astrólogo Carlos Maltz agora movimenta outro tipo de plateia: os interessados no futuro da humanidade. Neste fim de semana, o assunto foi a “Massificação, Redes Sociais, Cultura e Espiritualidade” a partir da visão de Carl Jung. Sem prever o futuro de ninguém, Maltz também falou sobre a chegada da Era de Aquário e o reflexo dessa transição.

Do interessante ao maçante, o Lado B foi conferir de perto as duas horas de uma imensidão de assuntos. 

Maltz estuda os conceitos de Carl Gustav Jung - um psiquiatra e psicoterapeuta suíço que fundou a psicologia analítica – há mais de 20 anos. A palestra em Campo Grande abordou o volume 10 da Obra Completa, intitulada Presente e Futuro. Na compilação de estudos Jung demonstrava uma grande preocupação com a massificação no futuro.

"Hoje estamos vivendo este futuro, principalmente, com a explosão das redes sociais. Quando comecei a atender as pessoas, em 2000, minha consulta levava umas quatro horas, mas isso não é viável economicamente e não tem quem tenha saco para aguentar uma coisa dessas. Então ao longo desses 20 anos eu vim desenvolvendo uma forma de ser extremamente objetivo e focado no que eu chamo de questão central do mapa da pessoa”, pontua.

Em meio a busca por autoconhecimento, Carlos parte de algumas hipóteses, por exemplo, de que nada no mapa é aleatório. “O que chamamos de acaso, o Jung chama de sincronicidade. Eu digo que a consciência individual não tem como morrer, ela pode transmutar, mas ela continua, ela vem e ela vai. Esse tempo que a gente passa aqui é para o aperfeiçoamento dela. Então naquele momento zero que a pessoa chegou aqui, que é a planta baixa do prédio, está representada essa questão central. Por que é importante entender isso? Porque você enxergar todos os acontecimentos da sua vida de outro ângulo”, explica.

Carlos é o tipo de astrólogo que não afirma nada a respeito de acontecimentos futuros, mas pondera sobre a passagem de um momento de grande esclarecimento mental para a humanidade, a chegada da Era de Aquário. Ele pontua que cada Era soma 2 mil anos e cada transição 500 anos.

“Eu uso a astrologia de uma forma prática a nosso favor. Eu não tenho interesse em adivinhar futuro, eu digo que o presente já está difícil. Eu sou uma pessoa interessada em autoconhecimento e venho estudando pela trilha que foi aberta por Jung. Sobre a questão da Era, vai ter gente perguntando: quantos anos ainda falta? Na minha opinião, eu acredito que chegada ocorreu quando as redes sociais deixaram de ser uma “ferramenta” e passaram a ser um meio”, explica.

Para Carlos, o que está acontecendo se compara ao Surrealismo. “As pessoas estão discutindo cifras e estatísticas, mas e a eleição anterior, quem ganhou? Um marqueteiro. Isso é muito pouco tempo para acontecer, mas só aconteceu por estamos em um divisor de águas”, pontua.

Este período de desencontro que antecede a Era de Aquário e que já estamos atravessando, pode ser visto como um fenômeno apocalíptico. O estado psíquico geral da humanidade se torna cada vez mais perigoso.

“Estamos passando do meio “concreto” do hardware para o software e nessa mudança estamos passando para o plano simbólico e, por isso, essa confusão danada”, explica.

Maltz frisa que a espiritualidade é representada pelo Software, que não é material. “Acho que nós poderíamos até falar que a Era de Aquário é a Era da Espiritualidade ou do Software”, pontua.

Avançamos demais? A chegada da Idade Moderna e a transição da era “zeraram os símbolos” e agora o desejo é de voltar. “Quiseram limpar o excesso de religiosidade da idade média que é o que acontece no auge da Era de Peixes e a coisa ficou muito desiquilibrada. Naquela época se eu tivesse um sentimento de você era bruxa, dependendo de quem eu fosse, você era queimada. Então precisou trazer a racionalidade, um poder de Virgem, em uma sub-era virginiana, de 500 anos, que a gente chama de Iluminismo, que também é chamado de era do Ego. Agora queremos voltar a era dos símbolos porque não temos respostas ao que nós mesmos criamos”, conta.

Era x signo de Aquário - As duas coisas não tem nada a ver. “Ah, então eu sou de aquário, este é o meu momento? Não. A coisa é o desafio e aprendizado de qualquer um. A pessoa vem no signo para aprender aquilo”, ressalta.

Além da palestra, Carlos ministrou curso e até o dia 2 de agosto abre agenda para consultas, com investimento no valor de R$300.

Hall da Funsat lotado. (Foto: Danielle Valentim)
Hall da Funsat lotado. (Foto: Danielle Valentim)
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