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Comportamento

Igreja vive lotada, mas quantos transformaram discurso em prática durante o ano?

Paula Maciulevicius | 26/12/2015 07:12
O que é feito com o que se ouve nas igrejas? (Foto: Gerson Walber)
O que é feito com o que se ouve nas igrejas? (Foto: Gerson Walber)
Missas e novenas lotam, mas e na prática?
Missas e novenas lotam, mas e na prática?

A igreja lota. Não só a católica, mas os cultos nas evangélicas também. Numa passada na novena da Perpétuo Socorro, onde se rezam missas das 6h da manhã até 11h da noite, a pergunta que fica é: o que é feito com o que se ouve ali dentro? A teoria é posta em prática igreja afora? 

Vigilante, Mário Rosa de Almeida, de 53 anos, explica que para ele, a prática está na caridade. "A pessoa que está ligada com Deus tende a ter o coração mais generoso", diz.

A resposta é generalizada, mas quando Mário volta para si, descreve que suas ações são voltadas à caridade ao longo dos últimos quatro anos. Como participante de Sociedade São Vicente de Paula, comunidade católica, ele reflete que ali o mérito não é dele, mas que participa olhando para o próximo, um dos mandamentos que tanto se ouve nas igrejas.

Vigilante, Mário diz que prática deve ser a caridade. (Foto: Gerson Walber)
Vigilante, Mário diz que prática deve ser a caridade. (Foto: Gerson Walber)

"O que eu faço é poder fazer de tudo para melhorar o bem estar do próximo. Seja com palavras ou ações. É você atender aos mais necessitados", avalia.

Em 2015 a professora Laurita Rosa dos Santos, de 51 anos, diz que pôs "tudo" que ouviu nos sermões, em prática. "Trabalhei, estudei, cuidei da família, vi às novenas, rezei. Se eu poderia ter feito melhor? Sim. De repente ter me dedicado mais", diz pensativa.

Se dedicar mais ao que? - questiono já que as ações que ela descreve ter feito são voltadas a si mesma. "No sopão que tem no meu bairro. Eu poderia ter ido lá para ajudar, auxiliar mais. É uma coisa que gostaria de fazer ano que vem", promete.

Padre à frente da Perpétuo Socorro, Dirson Gonçalves explica que nas pregações, ao longo do ano, repassa as orientações para que as pessoas façam e ajam mais. "Sempre orientamos as pessoas a não vir só por devoção, mas a agir de acordo com o que Jesus pede", explica. Se os fieis tem ouvido? Ele responde que ainda tem muito o que ser feito. "O mundo precisa melhorar. Às vezes se escuta, mas não se faz e a gente precisa ficar lembrando, lembrando".

Professora, Laurita assume que poderia ter ajudado mais no sopão, por exemplo. (Foto: Gerson Walber)
Professora, Laurita assume que poderia ter ajudado mais no sopão, por exemplo. (Foto: Gerson Walber)

E de imediato, quando questionada o que as pessoas levam para a prática, a copeira Nadir dos Santos, de 51 anos, começa dizendo que não pode responder pelos outros e só por si. Ela diz que procura seguir certinho, mas reconhece que é difícil.

"Estou procurando, tentando fazer o certo. A vida é um aprendizado e na igreja é a mesma coisa. A gente luta contra a hipocrisia e acho que tem muitas pessoas que aqui mantém essa hipocrisia", avalia.

Sobre o que fez com o que ouviu? Nadir prefere dizer o que deixou de fazer. "Eu bebia, eu vivia assim um casamento, um divórcio e um rolo só. Em 2015 eu resolvi buscar e viver o que a igreja prega. Não adianta você vir aqui e ir embora. Precisa passar para a prática e isso eu consegui.

Resolvi meu problema de divórcio. Agora vivo em paz e sem mágoas. Acabou. E o que eu quero é olhar mais para o próximo, mas não adianta eu ficar falando. Faça ao invés de falar, que Deus está vendo", resume.

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Copeira, Nadir prefere dizer que o deixou de fazer, depois que passou a ouvir o que o padre diz. (Foto: Gerson Walber)
Copeira, Nadir prefere dizer que o deixou de fazer, depois que passou a ouvir o que o padre diz. (Foto: Gerson Walber)
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