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Comportamento

Oltair esperou 40 anos para realizar sonho como “sósia do Santos Dumont”

Apaixonado pelo “pai da aviação”, Oltair coleciona tudo sobre o inventor e adora se vestir igual a ele.

Thailla Torres | 04/07/2019 07:45
No dia a dia, Oltair veste terno, gravata e usa chapéu parecido com o de Santos Dumont. (Foto: Kísie Ainoã)
No dia a dia, Oltair veste terno, gravata e usa chapéu parecido com o de Santos Dumont. (Foto: Kísie Ainoã)

Diante da fotografia do ídolo, Oltair Pires de Araujo se sente orgulhoso. Inspetor de escola que passou uma vida cuidando de alunos também ensinou muito sobre Santos Dumont, o “pai da aviação”. Além de fã, ele veste terno quase todos os dias e não sai na rua sem chapéu para parecer sósia e cultivar a memória do aeronauta.

Oltair tem 70 anos e acredita ser o verdadeiro sósia de Santos Dumont. Já deu palestras e levou tudo o que sabe às feiras científicas do antigo colégio Mace, onde trabalhou 37 anos. “Eu sei tudo sobre ele, desde os meus 20 anos. Estudei muito e prometi que passaria minha vida cultivando sua memória, tudo para também realizar o meu sonho”.

Natural de Andradina (SP), Oltair veio para Campo Grande no começo de 1974 na companhia dos pais. À época ele já era um apaixonado pela aviação e pesquisava tudo sobre o espaço. “Meu corpo está na terra, mas minha mente sempre esteve no espaço, sou apaixonado por ele, principalmente pela figura de Santos Dumont”.

Em casa ele mantém fotografias e pesquisas sobre Santos Dumont. (Foto: Kísie Ainoã)
Em casa ele mantém fotografias e pesquisas sobre Santos Dumont. (Foto: Kísie Ainoã)

O primeiro e único emprego foi como inspetor de escola particular. Ofício que proporcionou a Oltair a realização de dois sonhos: voar e conhecer Paris, cidade onde Dumont contornou a Torre Eiffel com o seu dirigível.

A primeira vez de Oltair dentro de um avião foi em 1984 depois de economizar muito para custear uma hora de voo em Campo Grande, com direito a macacão especial para voar. “O salário sempre foi baixo, então foi preciso economizar muito. Mas guardei dinheiro durante meses para pagar uma hora de voo em uma empresa de aviões e mandar fazer o meu macacão. Nunca me esqueço da emoção. Foi como sentir a emoção de Santos Dumont”, diz.

Prestes a terminar sua trajetória como funcionário da escola, após 37 anos de dedicação, Oltair teve a grata surpresa de ser presenteado com uma viagem a Paris. “Ganhei da diretora um pacote de uma semana em Paris, para conhecer museus e um pouco mais sobre a história da aviação”.

Macacão feito para o primeiro voo de Altair. (Foto: Kísie Ainoã)
Macacão feito para o primeiro voo de Altair. (Foto: Kísie Ainoã)
Encontro com Marcos Pontes. (Foto: Kísie Ainoã)
Encontro com Marcos Pontes. (Foto: Kísie Ainoã)
Mural de fotos da sua viagem a Paris. (Foto: Kísie Ainoã)
Mural de fotos da sua viagem a Paris. (Foto: Kísie Ainoã)

Com a aposentadoria, Oltair passou a dedicar 100% as suas pesquisas. Na sala de casa, não faltam cartazes, fotografias, publicações antigas e muitos dizeres sobre o que pensa da aviação. “Existe uma diferença muito grande em tudo o que eu faço. As pessoas acham que eu idolatro o Santos Dumont, mas isso não é verdade, eu apenas cultivo sua memória”.

No dia a dia, quando sai às ruas com chapéu, terno e gravata, Oltair posa para selfies e conversa sobre tudo o que sabe. “As pessoas já me conhecem e me respeitam muito aqui no bairro. Fico ainda mais feliz quando alguém se interessa em saber a história de Santos Dumont”.

Mas seu sonho mesmo é ser reconhecido como sósia oficial. “Algumas pessoas se caracterizam, mas eu sou a essência mesmo do Santos Dumont. Ele também nunca se casou, por isso, é conhecido como pai da aviação, assim como eu que sempre me dediquei as pesquisas. Ano passado completei 70 anos de idade com a certeza que vim ao mundo com essa missão”.

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