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Comportamento

Paraíso em MS, um dos mais lindos lugares no mundo é paixão de família

Naiane Mesquita | 27/02/2016 07:23
Flutuação no Recanto Ecológico do Rio da Prata durante o mês de fevereiro. (Franciane Martins)
Flutuação no Recanto Ecológico do Rio da Prata durante o mês de fevereiro. (Franciane Martins)

Paraíso é pouco para descrever as belezas da Serra da Bodoquena, em Mato Grosso do Sul. As águas são cristalinas, os vales impressionam e as grutas guardam segredos de milhares de anos. Os municípios de Bonito, Bodoquena e Jardim compreendem essa região e estão a pouco mais de 230 km de Campo Grande, em um recanto que atrai milhares de turistas de todo o mundo, da Argentina à Finlândia.

Mergulho no Rio da Prata (Foto: Ivan Cavas)
Mergulho no Rio da Prata (Foto: Ivan Cavas)

Quando a família Coelho descobriu um pedaço desse paraíso na década de 70, no município de Jardim, um dos filhos do patriarca se apaixonou instantaneamente pelo local.

“Meu avô comprou o Recanto em 1978 e o primeiro passeio foi aberto em 1995. O antigo proprietário não tinha um interesse com o turismo, plantava soja, chegou a extrair árvores próximas ao rio e pescava, por exemplo. Desde que assumimos, retiramos essas atividades da fazenda”, afirma a diretora de sustentabilidade do Recanto, Luisa Coelho, 31 anos.

Foi o pai dela, Eduardo Coelho, o filho que se apaixonou pela fazenda. “Quando ele viu pela primeira vez o local percebeu o potencial da fazenda. Naquela época ainda não existia um turismo segmentado em Mato Grosso do Sul, mas ele sabia que pessoas do mundo todo iriam querer ver aquilo”, diz Luisa.

A diretora ressalta que ainda na década de 90, o turismo em Bonito começava a se desenvolver. Como o Rio da Prata fica em plena divisa entre os dois municípios, a direção optou por valorizar a cidade vizinha à famosa. 

A horta orgânica que fica no recanto (Foto: Franciane Martins)
A horta orgânica que fica no recanto (Foto: Franciane Martins)
Almoço típico do Recanto (Foto: Franciane Martins)
Almoço típico do Recanto (Foto: Franciane Martins)

"Optamos por divulgar o passeio do Rio da Prata em Jardim. A fazenda sempre foi tocada pelo meu pai e minha mãe. Nós aprendemos, eu e minha irmã, a trabalhar desde cedo ajudando no que fosse possível. Foi um tempo de muito trabalho, de ajudar na limpeza, eu acho que aproveitei pouco o Rio da Prata quando criança, sempre estávamos voltados para o turista”, acredita Luisa.

Nem se compara a farra que o filho dela faz quando visita o Recanto. “Ele já aproveita muito mais. Se diverte, brinca, conhece tudo. Hoje, o meu trabalho é outro. Desde a adolescência quando precisei escolher uma faculdade pensei em algo relacionado ao meio ambiente. Primeiro foi biologia, mas meu pai sugeriu a engenharia ambiental pela abrangência. Sempre quis trabalhar no Recanto”, confessa.

O passeio é um dos mais famosos da região. Começa com uma trilha de 1 hora de duração até a nascente do Olho D'água. De lá, o grupo faz flutuação de 1h30 de percursso até o Rio da Prata. “No Rio da Prata é possível fazer o mergulho de cilindro, com profundidade de até 10 metros”, descreve.

Flutuação na Lagoa Misteriosa (Foto: Marcelo Krause/Recanto Ecológico do Rio da Prata)
Flutuação na Lagoa Misteriosa (Foto: Marcelo Krause/Recanto Ecológico do Rio da Prata)

O almoço é incluso no passeio e o menu é assinado pelo chef de cozinha premiado internacionalmente, Paulo Machado. Os alimentos são plantados e colhidos em uma horta orgânica na própria fazenda. Tudo é feito de forma sustentável. “Buscamos medidas que diminuem o impacto ambiental no Recanto. A água é reaproveitada, os alimentos são plantados lá. Temos 2 hectares de batata doce, por exemplo. Agora, vamos criar uma granja de galinha caipira. Sempre estamos pensando em ações desse tipo. É trabalhoso no início, mas a recompensa chega rápido”, acredita Luisa.

Além do Recanto do Rio da Prata, a família Coelho é responsável por outro atrativo famoso no mundo, a Lagoa Misteriosa. Sem profundidade definida, por enquanto, a lagoa tem até 220 metros. “Mas ninguém sabe no total. Acreditamos que ela possa nem ter fim, ela é um caverna com origem freática que pode ser formada de diversos túneis, onde seria impossível medir o fim”, indica.

Lá, é possível fazer o mergulho com cilindro. “A melhor época para o passeio é no inverno, de junho a julho, onde a visibilidade da água é ideal”.

Para os que não gostam tanto de emoção, uma opção também da família é a Estância Mimosa, conhecida pela tranquilidade, com passeios de cavalo e gastronomia exemplar.

Com tanto paraíso sobre a responsabilidade da família, questiono como é para Luisa ser dona de tudo isso. “A gente tem uma sensação de que a gente tem que proteger, porque é uma beleza única que merece ser preservada e o turismo propicia essa preservação porque traz recurso para poder investir na área. O turismo controlado através da visitação organizada, ela é organizada porque tem um limite de visitantes e os visitantes são divididos em pequenos grupos com guia de turismo e em locais demarcados. O impacto ambiental fica restrito aqueles locais. Se não tivesse o turismo não teríamos recurso para investir R$ 40 mil em hora de trabalho de trator para trabalhar no vizinho”, explica, citando o projeto Amigos do Prata, que auxilia na realização de curvas de nível em fazendas vizinhas, para evitar erosão na região e consequentemente bancos de areia nos rios da região.

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