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Comportamento

As vésperas de Enem, alunos que já foram “treineiros” tem mais confiança

Paula Vitorino | 19/10/2011 13:26

Fazer o Enem como treineiro antes do terceiro ano é tática para amenizar a ansiedade, diz psicóloga

Ser treineiro aumenta a confiança na hora da prova porque diminui o medo do desconhecido, diz psicóloga.
Ser treineiro aumenta a confiança na hora da prova porque diminui o medo do desconhecido, diz psicóloga.

A três dias da prova mais concorrida e comentada entre os estudantes do Ensino Médio, o indesejado nervosismo toma conta dos candidatos do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Mas já que não tem como fugir totalmente da tensão pré-exame, o jeito é confiar nos estudos e encarar o desafio, ensina a psicóloga Vera Nice Nascimento.

Outra arma valiosa entre os estudantes para ganhar confiança é o treino do Enem, quando a prova é feita por alunos que ainda não concluíram o ensino médio, só como teste.

Os “treineiros de carteirinha”, que já começaram a fazer a prova dois anos antes do exame valendo, garantem que estão mais confiantes porque já conhecem o que lhes espera.

“Aumenta muito mais a confiança. Agora já vou chegar mais experiente, com noção de tempo, de preparação, do que me espera. Fiz o ano passado, mas me arrependo de não ter feito já desde o 1° ano, recomendo para os meus colegas de escola”, dá a dica, Fabio Maddalena, de 16 anos, que cursa o 3° ano no Colégio Auxiliadora.

A estudante do 3° ano do Colégio Paulo Freire, Ana Carla Saldanha, de 16 anos, vai fazer o Enem neste fim de semana “pra valer”, mas já foi treineira em 2010 e 2009. Ela diz que a experiência de fazer a prova como teste ajuda a conhecer o “estilo” do exame, como as questões e a redação.

Estudante faz o Enem desde o 1° ano do Ensino Médio. (Fotos: João Garrigó)
Estudante faz o Enem desde o 1° ano do Ensino Médio. (Fotos: João Garrigó)
Estudante, à esquerda, diz que ser treineiro do Enem dá mais confiança.
Estudante, à esquerda, diz que ser treineiro do Enem dá mais confiança.

Já de olho nas dicas de preparação, as estudantes do 2° ano do Colégio PenRabel Flavia Prudente e Taynara Buchara, de 15 anos, vão ser treineiras do Enem pela primeira vez neste ano.

“A gente quer ter uma noção da prova pra ano que vem, quando é para valer, e não ficar perdida”, justificam.

Mas a estudante do 3° ano da Escola Estadual Lúcia Martins Coelho, Karoliny Alencar, de 17 anos, ressalta que mesmo sendo treineira o nervosismo da véspera da prova oficial é diferente.

“Ah, o nervosismo agora é muito maior, apesar de já conhecer a prova. Imagino se não tivesse sido treineira, ia ser mais nervosismo ainda”, acredita.

Enfrentar o desafio - A psicóloga Vera explica o medo do que os candidatos vão encontrar na prova aumenta a insegurança e por isso os treineiros de anos anteriores se dizem mais confiantes para enfrentar o Enem agora. “Você se sente mais preparado, tendo uma noção do que lhe espera”, frisa.

Mas a psicóloga também ressalta que o Enem é um “ritual de passagem e mais um enfrentamento da vida, como muitos outros que virão”. Sendo assim, a ansiedade é algo natural, que vai acabar surgindo, mas que a véspera da prova é um momento de confiar no conhecimento adquirido ao longo do ano e tranquilizar-se.

“É um exercício de alto confiança. O aluno tem que acreditar que está preparado e enfrentar o desafio”, diz.

A ansiedade, segundo a psicóloga, não só é natural como ser um fator positivo, pois impulsiona o estudante a enfrentar a situação.

Mas o cuidado deve ser em não extrapolar o limite entre a ansiedade boa e a negativa, que gera alto nervosismo e o travamento. “Quando esse sintoma ultrapassa o nível bom e gera reações físicas, como travamento e dores, o estudante precisa de ajuda”, diz.

Ela esclarece que esse tipo de ansiedade negativa geralmente é um sintoma da consciência do aluno que sabe que não se preparou durante o ano e agora quer correr contra o tempo. No entanto, ela diz que alguns estudantes mesmo preparados podem apresentar o sintoma, devido a insegurança, e aí precisam de ajuda para exercitar sua alto confiança.

“O ideal é procurar o psicólogo da própria escola ou outro profissional. Em alguns casos a conversa com os pais e amigos já ajuda, como também pratica de esportes e outras atividades que ajudam a distrair”, diz.

Nesta manhã, mais de 1.500 estudantes do ensino médio visitaram a Feira de Profissões da Universidade Anhanguera/Uniderp e participaram de aulões específicos para o Enem.

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