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Adolescência passou, mas nada tira Ice do cosplay, que agora tem ateliê

Apaixonada pela arte, cosplayer aprendeu a costurar para fazer os próprios looks e foi a evento no Japão

Por Clayton Neves | 05/08/2025 07:55
Adolescência passou, mas nada tira Ice do cosplay, que agora tem ateliê
Ice como Avatar Korra, uma da sproduções favoritas da artista. (Foto: Arquivo Pessoal)

Quando Ice descobriu o universo cosplay em 2008, ainda era só uma adolescente empolgada com animes, que compartilhava a paixão com os amigos de escola. Na época, Campo Grande tinha somente um único evento dedicado ao estilo de arte, o Anime Gang, e foi lá, ao ver pessoas fantasiadas de seus personagens favoritos, que ela teve o estalo. “Vi várias pessoas fantasiadas dos personagens e  achei incrível”, lembra.

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Cosplayer de Campo Grande celebra 17 anos dedicados à arte e destaca desafios da cena local. Ice, cosplayer sul-mato-grossense, comemora 17 anos de atuação na arte do cosplay. Desde a adolescência, quando se encantou com a prática em um evento local, Ice aprimorou suas habilidades, passando da improvisação com o primeiro cosplay da personagem Momo, do anime Bleach, à criação de um ateliê próprio para ajustes, consertos e customizações. Apesar da paixão, ela aponta a necessidade de maior apoio e visibilidade para a cena cosplay no Mato Grosso do Sul, incluindo a falta de eventos de grande porte como o World Cosplay Summit e premiações que compensem o investimento na arte. Sua trajetória inclui a participação em eventos no Japão, onde morou entre 2022 e 2024, e duas presenças no World Cosplay Summit. Ice destaca as diferenças culturais entre o público japonês, mais respeitoso, e o brasileiro, mais caloroso. Mesmo reconhecendo os desafios, a cosplayer mantém o entusiasmo e reforça o amor pela arte, afirmando que continuará a se dedicar ao cosplay, independentemente do tamanho das premiações.

O encantamento virou prática e, sem encontrar roupas prontas ou tutoriais fáceis como hoje, ela mesma aprendeu e começou a costurar. “Tudo era muito  difícil, desse Informação até  material. Então, isso me fez querer aprender. Eu tinha uns 12 para 13 anos quando comecei”, detalha.

O primeiro cosplay foi da personagem Momo, do anime Bleach, e veio de forma improvisada. "Fiz um quimono e uma calça. Não foi a roupa mais perfeita, mas participar do evento foi mágico. As pessoas queriam tirar foto comigo, achei demais”, lembra.

Adolescência passou, mas nada tira Ice do cosplay, que agora tem ateliê
Produção de Jun Kaze, de Zone 00. (Foto: Arquivo Pessoal)

Desde então, Ice nunca mais largou a arte e provou que a paixão pelo universo cosplay não era apenas modinha passageira de adolescente. Em 17 anos de arte, ela já se transformou em dezenas de personagens, masculinos e femininos.

A lista tem Simon, de Gurren Lagann, Sharken, de Magi, Naoto personagem de Persona 4, Mista e Josuke, de JoJo’s Bizarre Adventure, além de Mac, da série Jujutsu Kaisen. “Eu gosto de criar e fazer as produções que uso. Não tenho nada contra quem compra pronto, mas pra mim, fazer parte de todo o processo é divertido”, explica.

Essa vontade de criar resultou na abertura do próprio ateliê, que hoje ela usa para ajustes, consertos e customizações. “É um espaço pequeno ainda, não tenho loja física, mas me realizo ali. Às vezes o cosplay já está pronto, mas precisa de um toque final, e eu adoro fazer isso”, explica.

Adolescência passou, mas nada tira Ice do cosplay, que agora tem ateliê
Ice em evento cosplay no Japão, em 2024. (Foto: Arquivo Pessoal)

Mesmo com tanto amor pela arte, Ice reconhece que a cena cosplay em Mato Grosso do Sul ainda precisa de apoio e visibilidade. “Eu gosto do cosplay em Campo Grande, mas ainda acho que é muito fechado. Não temos seletivas do World Cosplay Summit aqui há tempos, talvez por falta de eventos. As premiações também não compensam o investimento que o cosplay exige”, avalia.

Para ela, mais incentivo poderia fortalecer uma cena que tem grande potencial. “As pessoas gostam, querem participar, mas falta oportunidade de mostrar. Subir num palco, montar uma apresentação, se envolver mesmo”, acrescenta.

Mas o desânimo nunca venceu completamente. Nem mesmo quando a pandemia a afastou por um tempo dos eventos e da criação. Foi durante uma temporada morando no Japão, entre 2022 e 2024, que Ice reacendeu a chama. “Fiz dois cosplays lá. Não tinha meu ateliê, então improvisei com peças prontas, mas foi mágico. Participar de eventos no Japão foi uma experiência única”, conta.

Adolescência passou, mas nada tira Ice do cosplay, que agora tem ateliê
A primeira produção feita ainda na adolescência foi de Hinamori Momo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Ice esteve duas vezes ao World Cosplay Summit, a maior competição do mundo, sediada justamente no berço da arte. “A diferença cultural é grande. No Japão, o público é super respeitoso. Eles esperam você se arrumar, perguntam se podem tirar foto. Aqui é mais caloroso”, compara.

Mesmo assim, ela não trocaria Campo Grande por nenhum outro lugar. “Já vi várias gerações passando pelo cosplay e ainda me emociono com cada evento. Não importa o tamanho da premiação, o que importa é continuar fazendo o que eu amo, porque quando você ama de verdade, não tem como abandonar. Eu sou cosplay desde novinha e vou continuar sendo, sempre", finaliza.

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