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Consumo

Paixão nacional anda cara, como economizar sem abrir mão do cafezinho?

Moderação é a palavra-chave para quem não abre mão do cafezinho nem por um dia.

Por Thailla Torres | 14/04/2025 10:27
Paixão nacional anda cara, como economizar sem abrir mão do cafezinho?
Há caminhos para seguir fiel ao ritual do café sem deixar o orçamento esquentar demais

O café continua sendo aquele velho amigo de todas as horas. Mas, como todo amigo que exige presença constante, anda saindo caro. Em 2024, o preço do grão subiu 38,8% no mundo, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). Por aqui, a inflação da bebida chegou a 66,18% até fevereiro, conforme o IBGE. E a conta promete continuar subindo pelos próximos anos.

Mas antes de deixar a xícara de lado, vale ouvir um conselho de quem entende: há caminhos para seguir fiel ao ritual do café sem deixar o orçamento esquentar demais. "O café se tornou um termômetro da economia mundial. Clima, conflitos e custos logísticos formam uma tempestade perfeita, e quem paga a conta é o consumidor", explica Jheneffer Duarte, professora dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Gestão de RH da Estácio.

A primeira dica de ouro está no rótulo. Opte por cafés puros, 100% grão, mesmo que pareçam mais caros à primeira vista. Eles rendem mais e fazem bem à saúde: são ricos em antioxidantes e compostos bioativos, como os polifenóis, que combatem inflamações e doenças crônicas. Já as misturas compostas, aqueles cafés “de pacote” com adição de açúcar, gordura vegetal e aromatizantes, saem mais baratas no mercado, mas pesam na saúde e, no longo prazo, no bolso também. "A dica é simples: leia a lista de ingredientes. O ideal é que contenha apenas 'café'", orienta a professora.

Se a cafeína anda tirando o sono, do corpo e da carteira, vale considerar o café de cevada. Sem cafeína, ele é uma boa alternativa para quem tem restrições, traz fibras e minerais, mas atenção: contém glúten e não oferece os mesmos compostos bioativos do café tradicional.

E a moderação, sempre ela, também ajuda a controlar os gastos. A recomendação diária é de até 400 mg de cafeína por dia, cerca de 3 a 5 xícaras. Mais do que isso, o consumo excessivo pode trazer efeitos colaterais como insônia, irritabilidade, taquicardia e até dependência leve, que se revela na dor de cabeça ou fadiga ao ficar sem a bebida. “O café, quando consumido com moderação, pode trazer benefícios importantes, como aumento da energia, melhora da disposição e da concentração”, destaca Maria Tainara, nutricionista e professora da Estácio.

Agora, olhando o cenário de fundo: a disparada de preços é fruto de uma combinação amarga. As mudanças climáticas vêm afetando safras no Brasil e em países-chave como o Vietnã. Some-se a isso o aumento dos custos logísticos, agravados pelos conflitos no Oriente Médio, e a alta da demanda global. Resultado: o café arábica e o robusta chegaram a recordes históricos, e os custos para a indústria brasileira saltaram 224%. Para o consumidor final, o preço acumulado subiu 110%.

Se você já percebeu que a etiqueta na prateleira mudou de cor para vermelho, não é impressão. No Brasil, os reajustes chegam mais rápido do que em outros países. Segundo a FAO, enquanto na Europa o repasse dos custos leva cerca de 11 meses e nos Estados Unidos, 8 meses, aqui ele aparece quase imediatamente.

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