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Diversão

Após três anos fechada, Rock Show reabre apostando em vinis e pocket shows

Aline Araújo | 07/08/2014 06:23
Bosco na fachada da loja, que reabre no mesmo endereço. (Fotos: Marcelo Calazans)
Bosco na fachada da loja, que reabre no mesmo endereço. (Fotos: Marcelo Calazans)

Há 28 anos surgia em Campo Grande a Rock Show, um loja de discos e camisetas da cultura rock que virou parada obrigatória para quem prezava o estilo. Ao longo do tempo, o local se transformou em uma página importante da memória cultural da cidade, um lugar que carrega histórias do tempo que funcionava como ponto de encontro dos roqueiros ou aspirantes ao posto de músico.

Há três anos a tradição foi interrompida e a loja fechou. Na época, Bosco Ferreira de Melo, 56 anos, baterista e proprietário da loja, diz que tinha outros projetos. Mas a vontade de voltar a trabalhar com o comércio especializado foi maior e a loja reabre as portas no próximo sábado. “Músico não sabe trabalhar com outra coisa, ou é tocando, ou com algo ligado a música”, brinca.

É como se loja só tivesse "dado um tempo", já que reabre no mesmo endereço, Avenida Afonso Pena, número 2949. “Nós estamos trabalhando fortemente para reabrir no sábado, se tiver algum imprevisto a gente só faz um som e abre na segunda” afirma, animado.

Apesar de continuar vendendo CDs, DVDs, objetivo é fortalecer o comércio de vinil.
Apesar de continuar vendendo CDs, DVDs, objetivo é fortalecer o comércio de vinil.

Para voltar a movimentar a loja como um ponto de encontro cultural, ele pretende organizar shows com artistas regionais, os pockts shows, apresentações em formatos menores, em frente à loja.

Bosco fez parte da primeira formação do Bando do Velho Jack e atualmente toca com a banda Chalana de Prata. É um dos nomes mais conhecidos na música sul-mato-grossense. A experiência agora surge mais materializada. Aapesar de continuar vendendo CDs, DVDs e camisetas, ele vai explorar o passado com o vinil, principalmente, vendendo relíquias.

No acervo, será possível encontrar desde artistas regionais - que terão um espaço para colocar seus discos para a distribuição, como também álbuns importados, considerados raros, como do David Bowie e a coleção completa do Iron Maiden.

“Tem discos que são difíceis de achar até hoje”, lembra. Por isso, a loja pretende ajudar os clientes no garimpo de alguns álbuns.

Bosco explica que o conceito da Rock Show é muito amplo e foi trabalhado ao longo da sua história. “Rock in roll para mim é um estilo de vida e vai desde a dedicação dos caras com a música, ao jeito despojado de levar a vida”, comenta. Para provar, cita o jeito de viver de Cartola, Helena Meireles e Dino Rocha, que apesar de outros ritmos, foram músicos que levaram a vida no estilo rock, avalia.

No acervo será possível encontrar um pouco de tudo.
No acervo será possível encontrar um pouco de tudo.

No inicio dos anos 90, o acesso aos discos das bandas que tocavam nos grande centros brasileiros ou no exterior era uma conquista por aqui. Um disco novo tinha que ser encomendado de São Paulo.

Hugo Carneiro, 40 anos, vocalista da banda Haiwanna, já com 17 anos de estrada, conta que quando chegou em Campo Grande, em 1992, a Rock Show era a única com discos importados. Ele conta que os encontros que aconteciam por lá ajudaram a fomentar a cena musical como nenhum outro.

“Muitas bandas foram combinadas ali dentro, muitos ensaios foram marcados. Foi lá que eu comprei a minha primeira camiseta do Ira”, relembra.

Quem viveu a época carrega a expectativa de que o ponto de encontro volte com a força que tinha. O vocalista da banda Plebeus. Leonardo Ricards Martins, de 30 anos, conhecido como Renatão, lembra dos shows que assistia na loja quando era adolescente, aos 13 anos. Agora, quer aproveitar como adulto. “Quando chegava uma novidade eu e meus amigos íamos correndo ver”.

Para voltar a movimentar a loja como um ponto de encontro, Bosco pretende organizar pockts shows.
Para voltar a movimentar a loja como um ponto de encontro, Bosco pretende organizar pockts shows.
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