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Faz Bem!

Amigos fortalecem movimento para que a cidade enxergue com carinho a bicicleta

Por aqui, ter carro é status, o que é péssimo para a mobilidade e o meio ambiente

Thailla Torres | 26/06/2017 07:51
Pedro faz praticamente tudo na cidade pedalando. (Foto: Arquivo Pessoal)
Pedro faz praticamente tudo na cidade pedalando. (Foto: Arquivo Pessoal)

Foi para evitar o trágico duelo entre ciclistas e motoristas de ônibus, por exemplo, que o movimento Massa Crítica chegou a Campo Grande trazido por Pedro e José. Amigos há 1 ano, eles organizaram o evento Bicicletada, marcado para o dia 30 de junho.

A ideia é reunir o máximo de pessoas que gostem de pedalar. Quem não tem bicicleta, também está convidado a comparecer de patins ou skate. O propósito é compartilhar informações e levar à mudança de alguns hábitos, que além de trazer benefícios a saúde, minimizam impactos provocados ao meio ambiente, principalmente com uso dos carros.

Na busca de espaço, Pedro Dias, de 27 anos e José Sepulveda, de 28, são os mediadores da diversão na cidade. Pedro é carioca e José colombiano. Em Campo Grande, a prática é comum na vida dos dois. No entanto, sentem a diferença em relação aos outros quando estão nas ruas.

José de bicicleta na Colômbia.
José de bicicleta na Colômbia.

"No Rio de Janeiro, é significante o número de pessoas que usam bicicleta em toda parte. Há muitos espaços e ciclovias", destaca Pedro, que chegou em Campo Grande há ano para trabalhar.

Para José, que abre mão do veículo como forma de economia, exista até falta de afeto pela bicicleta no cotidiano. "A Colômbia enxerga a bicicleta com carinho. Na década 70, principalmente, o País deixou de olhar o ciclismo como esporte e incentivar como meio de locomoção. Então cresci vendo isso nas ruas e a gente sente falta desse sentimento por aqui".

Por isso, a esperança é que o movimento seja um convite para encorajar as pessoas a pedalar e perceber a cidade de forma diferente, gerando o espaço e a visibilidade na rua que este meio de transporte precisa.

Mas nem tudo é ruim. Na visão de quem vem de fora, Campo Grande recebe elogios quando o assunto é respeito. "Lamenta-se porque muitas vezes as pessoas querem que a gente só ande de bicicleta em parques e condomínios. Mas a gente merece ser respeitado na rua. Diferente do Rio de Janeiro, aqui pelo menos a gente não vê tanto duelo entre motoristas e ciclistas, eles respeitam mais", diz Pedro.

No percurso pela cidade, a proposta do movimento é também debater melhorias. "Ciclovia, faixa, sinalização e principalmente respeito é o que podemos reinvindicar, mas para isso acontecer, primeiro precisamos incentivar a pedalada na cidade". 

A começar por exemplos bem simples. "Já conheci pessoas em Campo Grande que moram a dois quarteirões de um supermercado e mesmo assim decidem ir de carro, sendo que a bicicleta seria uma opção bacana e saudável para uma cidade inteira", explica José.

Por isso, quem quiser participar, a Bicicletada vai acontecer toda última sexta-feira do mês. E a concentração é na Praça do Rádio a partir das 18h30.

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