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Lado B

Hoje em dia, mensagens fonadas de amor ou perdão "só se não for fiado"

Elverson Cardozo | 09/05/2013 08:05
Empresas que trabalham com mensagens fonadas adotaram regras para evitar maus pagadores. (Foto: João Garrigó)
Empresas que trabalham com mensagens fonadas adotaram regras para evitar maus pagadores. (Foto: João Garrigó)

Assim como as mensagens ao vivo, que pouca gente procura, as fonadas, aquelas transmitidas pelo telefone, também deixaram de ser novidade. Aos empresários que ainda trabalham com esse tipo de serviço em Campo Grande, valeu as experiências negativas dos “anos dourados”. Por aqui, pouca gente ousa vender fiado declarações de romance, reconciliação ou amizade. O risco de não receber é grande.

A justificativa é simples: No desespero de reverter uma briga, na tentativa de conquistar a pessoa amada ou fazer a amizade virar amor, o cliente contrata o serviço depositando ali suas últimas esperanças. Quando vê que o esforço foi em vão, “esquece” de pagar. Simples assim.

Depois de muita dor de cabeça, várias cobranças sem resultado e o número crescente de inadimplentes, o proprietário de uma empresa que atua nesse ramo na Capital, Vanderlino Nogueira da Silva, de 50 anos, tomou uma medita “drástica”: Mensagem romântica ou de perdão deve ser paga na hora.

Nas outras “categorias”, quem compra pode acertar até cinco dias depois. A restrição aos “briguentos” e “apaixonados” foi necessária. “Quando as pessoas percebem que não tem retorno eles acham que estão no direito de não pagar”, reclama.

A mensagem fonada, desde o início, sempre foi caracterizada pela comodidade proporcionada ao cliente, que recebe a cobrança em domicílio, dias depois do repasse do “recado”. Mas como nem tudo são flores e nem todo freguês é bom pagador, algumas “regras” tiveram de ser modificadas.

Na empresa gerenciada por Patrícia Nogueira dos Reis, de 37 anos, o cliente que encomenda mensagens desse tipo, ou de qualquer outro tema, passa por uma “sondagem”. “Se eu vejo que é sem chance eu recebo antes”, conta, ao comentar que a “medida” diminuiu a inadimplência em pelo menos 80%.

Com 18 anos de experiência na área, Patrícia Nogueira diz que sabe identificar golpes. (Foto: João Garrigó)
Com 18 anos de experiência na área, Patrícia Nogueira diz que sabe identificar golpes. (Foto: João Garrigó)

Para contratar o serviço, o interessado precisa ser maior de 18 anos e deve informar endereço residencial e comercial. “Se não trabalha, como vai pagar”?, questionou, justificando.

Mas a “trabalho de investigadora” não fica só nisso. Com 18 anos de experiência na mesma área, Patrícia garante que sabe identificar golpes. “Atitude suspeita” é “quando a pessoa tem voz insegura, quando você pede endereço comercial e ela se atrapalha”, disse, citando exemplos.

“Eles mesmo se tocam do golpe que estão querendo dar. Às vezes nem esperam você terminar de falar e desligam na rua cara”, contou.

Em todo caso, a recomendação, para evitar que maus clientes conseguiam fugir da “triagem”, é cobrar antes pelo serviço, nem que o valor seja pago em forma de crédito no celular da empresa.

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