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Lado B

Mesmo sem olheiro, aspirantes a modelo enfrentam fila em seleção

Luciana Brazil | 26/05/2012 18:56
Menina de 9 anos faz pose e confessa que admira a profissão. (Foto:Luciana Brazil)
Menina de 9 anos faz pose e confessa que admira a profissão. (Foto:Luciana Brazil)

Ao contrário da expectativa diante das propagandas na televisão, a seletiva estadual de modelos em Campo Grande não contou com a presença do esperado olheiro Dilson Stein. O proprietário da empresa, que caça novos talentos para o mundo da moda, não compareceu e uma equipe fez o trabalho em seu nome.

Mesmo sem Stein, crianças e adolescentes esperaram durante horas a oportunidade de realizarem a entrevista com os organizadores do evento. Na tarde deste sábado, mães e filhos, adolescentes, sozinhos e acompanhados, se espalhavam pelo saguão do hotel Bahamas, onde acontece a seletiva.

A expectativa é que cerca de mil pessoas, entre 7 e 25 anos, passem pelo hotel nos três dias de seleção -sábado, domingo e segunda-feira.

O glamour é o grande atrativo, mas a vida de modelo tem lá seus percalços. No início, são sonhos embaralhados com realidade. Uma fusão de deslumbramento que muitas vezes traz apenas a decepção. O universo é atrativo e os mais jovens parecem não se importar com as dificuldades, e atrás de um sonho, são persistentes.

Claudemir foi para seletiva em busca de uma oportunidade melhor. (Foto:Luciana Brazil)
Claudemir foi para seletiva em busca de uma oportunidade melhor. (Foto:Luciana Brazil)

Trazida pela mãe, Maria Eduarda de 9 anos, logo fez pose ao ver a máquina fotográfica da equipe do Campo Grande News*. Convicta do seu sonho, a menina é apaixonada por tirar fotos, segundo a mãe Elisangela Mariano, 29 anos. “Eu trouxe porque ela pediu, ela adora tirar foto. É a primeira vez que ela vem”, disse a mãe que assegura ter orientado a menina em caso de decepção.

A estudante Giovana de Oliveira, 14 anos, já na segunda tentativa, disse que não irá desistir do sonho. “Eu sofri, fiquei triste na primeira vez, mas não desisti e vou tentar de novo, mesmo que leve um ‘não’”, contou. Segundo ela a família apóia. “É o que eles mais querem”.

Na esperança de encontrar uma nova agência em São Paulo, o modelo Claudemir Diniz, 18 anos, participou da seletiva. Na sala de espera do hotel, ele explicou que não está sendo valorizado em Campo Grande. “Os trabalhos estão sendo poucos e eu quero crescer na carreira”.

Candidatos são cadastrados para a primeira triagem. (Foto:Luciana Brazil)
Candidatos são cadastrados para a primeira triagem. (Foto:Luciana Brazil)

Buscando novos talentos: Pelo quinto ano consecutivo, Dilson Stein vem a Campo Grande para realizar a seletiva na cidade. Ele é considerado um dos grandes scouter do país, uma espécie de olheiro, que descobriu nomes como Gisele Bündchen, Caroline Trentini, Alessandra Ambrósio e o Jonas (ex BBB). A empresa, que não funciona como uma agência, tem o objetivo de encontrar novos talentos, dando oportunidade para pessoas que estão fora do eixo Rio de Janeiro - São Paulo, segundo os organizadores.

Etapas: Na seleção, o candidato passa por uma triagem, uma espécie de entrevista feita por um dos coordenadores e scouters da agência, Paulo Afonso. Segundo ele, as escolhas variam muito e podem até mesmo surpreender. “A característica que procuramos é muito relativa. Podemos escolher uma menina comercial que não precisa ser necessariamente alta, mas quem tem um corpo bonito, um rosto bonito e faz trabalhos de foto. Ou ainda uma pessoa fashion que pode até ser feia, mas é boa na passarela e tem uma beleza lúdica”.

No auditório do hotel, pais e filhos aguardavam a entrevista, enquanto assistima vídeos sobre a carreira. (Fot:Luciana Brazil)
No auditório do hotel, pais e filhos aguardavam a entrevista, enquanto assistima vídeos sobre a carreira. (Fot:Luciana Brazil)

Depois da primeira triagem, o jovem selecionado participa de um workshop onde recebe instruções, palestras, aulas de passarela e certificado. Em seguida, se aprovado, o modelo embarca para São Paulo onde ficará por três dias para passar por um treinamento.

“Neste tempo será dado um treinamento. Depois, cerca de 15 agências avaliam os modelos e selecionam os que interessarem”, explicou Meire Pelk, que trabalha desde 2009 como uma das organizadoras da seletiva.

Após a aprovação da agência, o modelo deverá decidir por qual empresa irá optar. Paulo lembra ainda a importância de manter o novo modelo por, pelo menos, seis meses no Brasil, antes de mandá-lo para fora. “É muito errado que um jovem, que mal domina a sua própria língua seja levado para fora do país sem ter o mínimo de experiência”.

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