Varanda virou fábrica de kombucha e amigos sonham vender de guavira
“Ronaldo e Mirian vendem três sabores, mas o de guavira, apesar de já produzido, ainda não tem autorização
De dentro de uma varanda adaptada em Bonito nasceu uma bebida que mistura tradição oriental e DNA sul-mato-grossense. Amigos de longa data, Ronaldo Caires e Mirian Queiroz transformaram parte da casa em fábrica e hoje produzem kombucha artesanal, um chá fermentado que conquistou espaço nas prateleiras de supermercados da cidade.
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“Na época, a gente não estava bebendo cerveja, refrigerante, nada disso. Uma amiga nos apresentou a kombucha e a gente se apaixonou. Aí descobrimos essa bebida que é saudável, natural e ainda dava uma ‘brisinha’”, lembra Ronaldo.
Segundo ele, o processo é milenar. “O chá doce passa pela fermentação com a colônia de bactérias e leveduras, chamada SCOBY (Symbiotic Culture of Bacteria and Yeast), e se transforma em kombucha. Depois vem a segunda fermentação, quando adicionamos sabor e cor. A gaseificação é natural”, explica.
Tradição oriental, tempero do MS - Produzida a partir de chá verde japonês e açúcar orgânico, a bebida chega ao público em garrafas de 500 ml, vendidas por R$ 15.
Hoje, a dupla trabalha com três sabores fixos, maracujá com gengibre, mais azedinho, hibisco com especiarias, que é aromático e levemente doce, e o original, que mantém o gosto puro do chá fermentado.
“É uma bebida totalmente regional. Tanto que já produzimos a kombucha de guavira. Ficou maravilhosa, mas não podemos vender porque a fruta não é reconhecida pela Anvisa para esse tipo de bebida”, explica Mirian.
A história, batizada de Guavira Alimentos, começou em 2019 no boca a boca. “A gente fazia em casa; os amigos experimentavam e pediam mais. Quando vimos, estávamos entregando em Campo Grande e já tínhamos sete pontos de venda. Chegamos a produzir 900 garrafas a cada 15 dias”, conta Ronaldo.
O crescimento trouxe também as dificuldades. “O Ministério da Agricultura pediu regularização, e foi um processo difícil. Tivemos que parar por dois anos para adequar a fábrica. Só para você ter uma ideia, são 21 documentos diferentes para liberar o estabelecimento, e cada sabor precisa de registro próprio e análise de laboratório”, completa.
A pausa não esfriou o projeto. Pelo contrário, fortaleceu a ideia de que a kombucha não é só uma bebida, mas também uma forma de cultura compartilhada. “Nasceu de amizade, de curiosidade. Hoje, ver as garrafas na prateleira e saber como tudo começou é uma alegria imensa”, finaliza Mirian.
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