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Lado B

Secretário quer que festivais sejam vitrine para divulgar potencial de MS

Flávia Lima | 25/01/2015 16:58
Athayde Nery quer recuperar identidade cultural do Estado e divulgar potencial do interior. (Foto:Arquivo Campo Grande News)
Athayde Nery quer recuperar identidade cultural do Estado e divulgar potencial do interior. (Foto:Arquivo Campo Grande News)

Recuperar e valorizar a identidade sul-mato-grossense. Esse será o foco do trabalho que o secretário Athayde Nery planeja desenvolver a frente da secretaria de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação. Pela primeira, um governo reúne outras atribuições à pasta de Cultura, por isso Athayde Nery prevê um árduo trabalho para o que ele chama de “dar uma cara nova a política cultural do Estado”.
Para cumprir a missão, ele traçou um plano de ação que vem sendo discutido continuamente com o governador

Reinaldo Azambuja (PSDB). Mesmo sabendo que neste primeiro ano de mandato a ordem será enxugar os gastos em todas as secretarias, Athayde acredita que será possível manter alguns projetos criados na gestão passada, como o "MS Canta Brasil", realizado uma vez por mês, no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande.

Por enquanto, a única certeza é a realização dos festivais América do Sul, em Corumbá e de inverno, que acontece em Bonito há 15 anos. Para Athayde, a continuidade desses dois eventos é primordial para divulgar o potencial econômico e turístico de Mato Grosso do Sul. A intenção do secretário é retomar as parcerias com a iniciativa privada que as gestões passadas tiveram nas primeiras edições dos festivais e que, segundo ele, foram perdidas ao longo dos anos por falta de um diálogo com a sociedade e principalmente com as administrações dos municípios em que eles acontecem.

O resultado, na opinião de Athayde, foi a descaracterização dos eventos, que se resumiram apenas às atrações culturais, já que a falta de recursos dificultou a realização de um evento de grande porte. O objetivo é recuperar os investidores para minimizar os custos do governo estadual. Athayde lembra que na primeira edição do Festival América do Sul, em 2004, o governo conseguiu captar R$ 3 milhões e desembolsou apenas R$ 300 mil.

Na última edição, em 2014, o governo gastou R$ 1 milhão, porém conseguiu captar apenas R$ 150 mil. “Temos que trazer esses empresários para caminhar com a gente novamente. Esses festivais são uma vitrine para nosso Estado. Além de mostrar nossa cultura para outras regiões, mostramos que é possível investir aqui, gerar renda e empregos”, destaca. Para a edição de 2015, ele calcula ser necessário R$ 4 milhões para organizar o evento. A maior parte desses recursos ele esperar captar na inicativa privada.

As negociações para a realização dos dois festivais estão avançadas, tanto que o América do Sul já tem calendário definido e vai acontecer em Corumbá, entre os dias 3 e 7 de junho. Quando as atrações, o secretário conta que está mantendo contato com artistas da Bolívia, Paraguai e Uruguai para definir as apresentações.
As datas para o Festival de Inverno de Bonito ainda estão sendo negociadas. Para viabilizar os eventos, Athayde está participando de encontros com os prefeitos de Bonito, Leonel Lemos de Souza Brito, o Leleco (PT do B) e de Corumbá, Paulo Duarte (PT). “Estou tendo total apoio deles. Todos sabem da importância de divulgar nosso nome lá fora”, diz

Mas a ideia é ir além do caráter cultural, tanto que para o Festival América do Sul será elaborado um roteiro de palestras e fóruns com especialistas e autoridades do estado para discutir a preservação do Pantanal e energias alternativas, menos poluentes a fauna e flora da região. “O Pantanal é nosso grande chamariz. Além de divulgar esse ecossistema rico, é importante aproveitar o evento para trocar ideias com outros gestores sobre preservação do meio ambiente”, afirma.

A posição estratégica do Estado frente ao Mercosul também deve ser explorada, dando ênfase a economia local. Em Bonito não será diferente. Através do Festival de Inverno, a intenção questões relacionadas a proteção da região. Para isso, Athayde acredita que é importante envolver todas as secretarias em torno do tema. “Em Bonito tem um problema que são os resíduos que sujam os rios, um fator que pode ser discutido com a secretaria de Obras. É necessário promover essa união das pastas”, diz.

Estado Digital

Além dos grandes eventos, o secretário revela que outro ponto primordial da sua pasta será promover uma aproximação com prefeitos do interior para que seja criado nos 79 municípios, um marco regulatório para o setor cultural. O documento seria elaborado com a ajuda da sociedade, que vai apontar as necessidades e o potencial do setor cultural, em cada região. O documento é uma espécie de plano de ações, assim como já existe em Campo Grande e facilita a obtenção de recursos e verbas para a realização dos projetos. “Ter um plano na área cultural mostra profissionalismo e os projetos podem ser desenvolvidos sem amadorismo”, destaca.

Para atingir essa meta, Athayde conta que serão promovidos fóruns e encontros com gestores do setor de todos os municípios para conhecer as realidades de todas as regiões. A ideia é criar o marco regulatório ainda neste primeiro semestre.

O terceiro ponto destacado pelo secretário, é a necessidade de integralizar os municípios através da tecnologia, criando o que ele chama de Estado Digital. O objetivo é trocar informações em todo o estado sobre o setor, através da instalação de pontos de acesso a internet. “Vamos popularizar o uso da tecnologia, facilitando a vida tanto de quem está nas aldeias, assentamentos, quanto de quem mora na cidade”, afirma.
Para desenvolver esses parques tecnológicos, o secretário vai convidar estudantes das universidades públicas do Estado para contribuir com o desenvolvimento de projetos que viabilizem essa integração digital.

Viabilizar todos esses projetos exigem recursos que Athayde Nery sabe que estão escassos neste primeiro momento da administração, mas acredita na união de todo o secretariado para atingir ao menos, parte da meta neste primeiro ano de gestão. “Já estou agendando visitas no Ministério da Ciência e Tecnologias e buscando parcerias na iniciativa privada. Herdamos um Estado com uma situação crítica, por isso estou fazendo um mapeamento do que dispomos para buscar soluções criativas”.

O secretário se mostrou otimista, já que governador Reinaldo Azambuja sinalizou com a destinação de 1,5% do orçamento para o setor cultural, o que significa um montante de R$ 130 milhões para serem empregados em projetos culturais ao longo dos quatro primeiros anos de governo. “O importante é não concentrar as ações apenas na Capital e fazer com que elas cheguem aos municípios, queremos descobrir novos talentos e mostrar as características culturais de cada cidade que ficaram esquecidas”, garante.

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