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Lado Rural

Brasil pede à China revisão de embargo ao frango e sanção apenas ao RS

Governo quer que medida impacte só município onde foi identificado o foco de gripe aviária

Por Ângela Kempfer | 20/05/2025 09:42
Brasil pede à China revisão de embargo ao frango e sanção apenas ao RS
Aves de corte alojadas em aviário de Mato Grosso do Sul. (Foto: Arquivo/Semadesc)

Em resposta ao embargo nacional imposto pela China às exportações brasileiras de carne de frango, o governo federal formalizou ontem (19), um pedido para que a suspensão seja restrita apenas ao município de Montenegro (RS) onde foi identificado o foco de gripe aviária. A solicitação, enviada à GACC (Administração Geral das Alfândegas da China), busca alinhar a conduta chinesa ao que já adotam outros países, como o Japão e o Reino Unido, que restringiram as compras apenas a áreas diretamente afetadas.

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Brasil busca reverter embargo chinês à exportação de frango. Após a China suspender a importação de carne de frango do Brasil devido a um foco de gripe aviária em Montenegro (RS), o governo brasileiro solicitou à Administração Geral das Alfândegas da China (GACC) que a restrição seja limitada apenas ao município afetado. A argumentação se baseia nas medidas sanitárias já implementadas e no precedente de outros países, como Japão e Reino Unido, que adotaram embargos regionalizados. A suspensão temporária das exportações para a China, principal compradora do frango brasileiro, gera impacto no setor avícola nacional. Mato Grosso do Sul, grande exportador para o mercado chinês, redireciona sua produção para outros destinos e o mercado interno. Avicultores e autoridades brasileiras demonstram confiança na rápida retomada das vendas, destacando o rigoroso sistema sanitário e a biosseguridade adotada no país. O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) trabalha para revalidar o status sanitário da região afetada e reforça o controle da situação, buscando minimizar os prejuízos e garantir a segurança do produto.

Enquanto a diplomacia atua para conter os prejuízos, avicultores de MS, Mato Grosso do Sul, tratam a suspensão como um desafio pontual e mantêm a confiança na rápida retomada das exportações. Segundo a presidente da Avimasul (Associação de Avicultura de Mato Grosso do Sul), Francieli Coneli, o estado preserva um dos sistemas sanitários mais rigorosos do país, com ações preventivas em andamento e vigilância constante.

“O sistema de defesa em MS segue com alto padrão de biosseguridade, seguimos trabalhando em conjunto com a IAGRO e o MAPA, Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso do Sul e Ministério da Agricultura e Pecuária, para garantir que o estado continue livre da doença”, afirmou.

Conforme o MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária) a suspensão nacional da emissão de certificados sanitários foi uma exigência do protocolo bilateral com a China. No entanto, o Brasil argumenta que, diante das medidas sanitárias já adotadas, como eliminação de aves, desinfecção de granjas e isolamento da área afetada, é possível aplicar o critério regional, com embargo restrito a Montenegro. A expectativa do governo brasileiro é retomar as vendas ao maior comprador do frango nacional, que em 2024 importou 562 mil toneladas do produto.

MS, Mato Grosso do Sul, que tem na China seu principal destino de exportações avícolas, sente os reflexos com cautela, mas sem alarde. De janeiro a março deste ano, o estado exportou 49,6 mil toneladas de carne de frango, com receita de US$ 103,3 milhões, um crescimento de 27% em volume e 33% em valor na comparação com o mesmo período de 2024, segundo dados da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul). Desse total, 7,17 mil toneladas foram enviadas ao mercado chinês, o equivalente a cerca de 16,3% da receita do setor no estado.

“A produção será redirecionada, em parte, para outros mercados internacionais e para o abastecimento interno, o que ajuda a mitigar os impactos imediatos”, informou a Avimasul em nota. A associação também elogiou a atuação técnica e ágil do MAPA, o que, segundo ela, reforça a credibilidade internacional do sistema sanitário brasileiro.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, reforçaram que a situação está sob controle e não há necessidade de recursos extras para contenção do surto. Segundo o MAPA, todas as aves e ovos da granja foco em Montenegro já foram eliminados, o que permite iniciar o processo de revalidação do status sanitário, que pode ocorrer 28 dias após a desinfecção total.

Até agora, 11 países suspenderam parcial ou totalmente as importações de carne de frango brasileira. Enquanto alguns optaram por bloqueios nacionais, como Argentina, México e Malásia, outros, como Cuba e Japão, limitaram as restrições ao estado ou ao município afetado. A estratégia brasileira, agora, é mostrar que o surto está isolado e sob controle, com a intenção de evitar prejuízos maiores ao setor.

Com cerca de 35% da produção nacional de frango voltada à exportação, o Brasil comercializa carne de frango e ovos com mais de 160 países. Em 2024, o país produziu 14,97 milhões de toneladas e obteve US$ 9,93 bilhões em receita com as exportações. MS, com seu sistema sanitário consolidado e produção em expansão, mantém-se firme na expectativa de que os canais comerciais sejam reabertos em breve, diante do cenário controlado e da diplomacia ativa.

(Com informações da Agência Brasil)

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