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Lado Rural

Com risco insignificante de vaca louca, é liberada exportação de carne à China

Embarque estava suspenso há mais de três meses, porque Brasil teve dois casos atípicos da doença em MT e MG

Caroline Maldonado | 15/12/2021 09:06
Carne bovina brasileira destinada à exportação. (Foto: Divulgação/Mapa)
Carne bovina brasileira destinada à exportação. (Foto: Divulgação/Mapa)

Principal destino de carnes de Mato Grosso do Sul, a China liberou a importação do Brasil a partir de hoje (15). As exportações para o país asiático estavam suspensas há mais de três meses, porque o Brasil registrou dois casos atípicos da encefalopatia espongiforme bovina, doença conhecida como mal de vaca louca. Os animais doentes eram de Nova Canaã do Norte, no Mato Grosso e em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

A OIE (Organização Mundial da Saúde Animal) analisou as informações prestadas em decorrência dos dois casos de vaca louca atípicos e reafirmou o status brasileiro de “risco insignificante” para a enfermidade.

Há três semanas, a China já havia autorizado o desembarque de carne brasileira estocada até o dia três de setembro. Com isso, entraram no país cerca de 140 mil toneladas de carne armazenadas em portos chineses. Considerando um preço médio de R$ 6,5 mil por tonelada, o valor total do estoque seria de US$ 900 milhões.

A suspensão foi feita porque há um protocolo entre os países que determina isso, mesmo que os casos de vaca louca sejam atípicos. Os animais desenvolveram a doença de maneira espontânea e esporádica, sem relação com a ingestão de alimentos contaminados e não houve transmissão da doença entre os animais, segundo o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

NOTA OFICIAL

Nota Conjunta MAPA-MRE sobre a Retomada das Exportações Brasileiras de Carne Bovina para a China

O governo brasileiro recebeu com satisfação a notícia de que a Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) finalizou a avaliação dos dois casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) atípica ocorridos no Brasil em setembro deste ano e autorizou, a partir de hoje, a retomada das exportações brasileiras de carne bovina àquele mercado.

O resultado positivo ora alcançado é fruto da estreita coordenação entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, tanto em Brasília quanto em Pequim. É decorrência, também, do fluido diálogo que se manteve com as autoridades chinesas desde o primeiro momento. O MAPA imediatamente prestou à GACC todas as informações pertinentes sobre suspeita de dois casos de EEB, antes mesmo de suas confirmações pelo laboratório internacional de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá.

Assim que confirmadas as duas ocorrências, que se verificaram atípicas, a Organização Mundial de Saúde Animal foi formalmente notificada, em 3 de setembro. Após análise dos elementos pertinentes e confirmação da atipicidade, aquela Organização encerrou o caso no mesmo dia, sem alteração do status sanitário do Brasil, que segue como de risco insignificante para EEB.

Mesmo assim, as exportações foram suspensas temporariamente, em estrito cumprimento a protocolo bilateral vigente.

A decisão das autoridades chinesas confirma a excelência dos controles sanitários oficiais brasileiros.

A China é o principal destino das carnes exportadas pelo Brasil. Em 2020, o Brasil exportou US$ 4,04 bilhões de carne bovina para aquele país, 48% do total de nossas vendas globais. Mesmo com a suspensão desde setembro, as exportações brasileiras de carne bovina para China já totalizaram, em 2021, US$ 3,87 bilhões, 46% das vendas globais do produto.

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