Bioparque descobre 13 espécies de peixes e faz a reprodução de forma inédita
Local é único no mundo a fazer o mesmo trabalho com outros 27 tipos que só existem nos rios do Brasil
Vinte e sete espécies de peixes brasileiros têm sido reproduzidas, de forma inédita no mundo, no Bioparque Pantanal, em Campo Grande. O feito inclui 13 tipos ainda desconhecidos da ciência e sem nome, que serão batizados pela equipe..
RESUMO
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O Bioparque Pantanal, em Campo Grande, alcançou um feito histórico ao reproduzir 27 espécies de peixes brasileiros, incluindo 13 ainda desconhecidas pela ciência. O trabalho pioneiro é realizado no Centro de Conservação de Peixes Neotropicais (CCPN), colocando a instituição em destaque no cenário mundial de pesquisa. O protocolo de reprodução foi desenvolvido a partir da experiência com o cascudo-viola, espécie criticamente ameaçada. Entre os peixes reproduzidos estão variedades de cascudo, tetra, arraia negra, piau, piranha e lambari. Os espécimes são coletados em expedições nos rios de Mato Grosso do Sul e estudados no laboratório do CCPN.
A reprodução com cuidados humanos é feita no CCPN (Centro de Conservação de Peixes Neotropicais) e coloca o local em posição de destaque no cenário de pesquisa mundial.
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Parte dos animais foram coletados por meio de parcerias ou durante expedições de captura que a equipe realiza regularmente nos rios de Mato Grosso do Sul em busca de novas espécies para compor o plantel do Bioparque.
Reprodução Inédita
Conforme o curador, o biólogo Heriberto Gimenes Júnior, o desenvolvimento do protocolo de reprodução dos peixes partiu da experiência única com o cascudo-viola.
O pesquisador explica que a espécie é encontrada somente em uma área de hidrelétrica no Rio Coxim, no norte do Estado. A vida do cascudo-viola está criticamente ameaçada de extinção devido a danos ambientais na região.
Gimenes explica que o método utilizado na primeira experiência foi reproduzido para outras espécies de cascudo com o monitoramento e registro de todas as fases do ciclo de vida dos peixes, que passam pela fase do ovo, larva, juvenil e adulta.
Entre os 27 tipos de peixes reproduzidos estão oito da espécie cascudo, sendo cinco deles desconhecidos da ciência. Tem também variedades de peixe tetra, arraia negra, piau, piranha e lambari.
Peixes Desconhecidos
Os 13 animais ainda sem nome são originários de rios da Serra da Bodoquena, Pantanal, Cerrado e Amazônia, incluindo, além dos cascudos, peixes tetra e acará.
O curador explica que os peixes serão identificados, em breve, e receberão nomes após trabalho em colaboração com as universidades parceiras do Bioparque. O Projeto Cascudos do Brasil, por exemplo, é realizado em parceria com a UFScar (Universidade Federal de São Carlos).
Para Heriberto Gimenes Júnior, o conhecimento sobre o comportamento e o ciclo de reprodução das espécies contribui para estudos de conservação e preservação do animal.
Expedições de Captura
As expedições realizadas pela equipe incluem visitas aos mais diversos rios do Estado, nos quais os pesquisadores fazem mergulhos e capturas por meio de redes. Ao encontrar um peixe com características raras, ameaçadas ou desconhecidas, os animais são levados para estudo no Bioparque.
Na Capital, elas vão para o laboratório do CCPN onde passam por quarentena em aquários para adaptação inicial. Posteriormente, são encaminhadas para as galerias de exposição, que atualmente dispõem de 468 espécies de peixes, ou seguem para exposição nas galerias de visitação.