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Meio Ambiente

Embrapa propõe substituição de pastagens nativas por cultivadas

Priscilla Peres | 19/08/2014 15:45

Nota técnica divulgada pela Embrapa Pantanal propõe a substituição de paisagem nativa para pastagens cultivadas nas terras pantaneiras. O estudo foi feito à pedido do Imasul (Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul) para subsidiar a legislação do CAR (Cadastro Ambiental Rural) no Pantanal sul-mato-grossense, tomando como base as exigências feitas pelo Artigo 10 do novo Código Florestal.

As análises da nota técnica consideraram dados sobre a economia e a ecologia da região para definir as porcentagens de supressão vegetal permitidas para o cultivo de pastagens nos diferentes tipos de paisagem do bioma. De acordo com a nota os valores definidos para cada região são, 35% dos cerrados, 36% das florestas, 45% dos campos não inundáveis e 45% dos campos inundáveis.

Segundo a Embrapa, o Pantanal possui, atualmente, menos de 15% de área desmatada. Considerando as porcentagens propostas na nota para a supressão vegetal na planície, a quantidade de área cuja vegetação poderia ser substituída por pastagens dobraria – no mínimo – em relação à quantidade substituída até hoje.

A chefe-geral da Embrapa Pantanal, Emiko Resende, explica que as porcentagens de supressão superiores àquelas definidas pela nota técnica podem comprometer a sustentabilidade ecológica do bioma e, portanto, contrariar as exigências do Artigo 10 do Código Florestal.

A chefe-geral cita ainda a diversificação das atividades econômicas como alternativa para a manutenção da pecuária pantaneira. “Produzir as madeiras das cercas na própria propriedade, por exemplo – que é o que a Embrapa já está buscando através do Projeto Biomas no Pantanal, financiado pela CNA (Confederação Nacional de Agricultura) no Brasil – é uma forma de reduzir, em parte, os custos operacionais do sistema”, afirma.

Para Emiko Resende, as normas definidas pela nota técnica devem promover tanto a preservação quanto o desenvolvimento do bioma. “Nós estamos preocupados em conciliar o uso com a conservação pra promover a sustentabilidade da região. Queremos que esse ecossistema ímpar no mundo continue existindo para as próximas gerações”.

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