ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SÁBADO  04    CAMPO GRANDE 30º

Meio Ambiente

Movimento fraco deve marcar último final de semana de pesca liberada

Hotéis, pousadas, pesqueiros e lojas de pesca falam que baixa temporada, feriado e crise são ingredientes para a baixa procura

Izabela Sanchez | 31/10/2019 11:47
Por do sol começa a esconder as figuras dos pescadores no Rio Paraguai (Foto: Saul Schramm/Imasul)
Por do sol começa a esconder as figuras dos pescadores no Rio Paraguai (Foto: Saul Schramm/Imasul)

A Piracema, período em que a pesca nos rios de Mato Grosso do Sul fecha para que as espécies se reproduzam, começa, oficialmente, no próximo dia 5. O final de semana que se aproxima, é, então, o último “de pesca liberada”. Mas na região pantaneira, famosa por atrair muitos turistas do setor, o movimento deve ser baixo.

É o que relataram representantes de hotéis, pousadas, pesqueiros e setor da pesca de modo geral. Os motivos são diversos: crise econômica, baixa temporada, cota zero a caminho e, também, o feriado de finados, no sábado (2), que deve levar as pessoas mais para os cemitérios do que para os rios.

Recepcionista no Virgínia Palace Hotel no centro de Corumbá, a 419 km de Campo Grande, Alessandra Ribeiro Mendes, afirma que o movimento está fraco e caiu pela metade. “Aqui em Corumbá estamos com a situação bem precária, estamos praticamente sem internet, sinal de celular, sem nada. Com relação à hospedagem, estamos fracos, 50% a menos, bem precários mesmo”, disse.

“Acredito que é por causa da lei que está mudando a pesca [decreto que estabelece cota zero a partir do ano que vem]. Ontem mesmo deu na tv que a liberação vai ser só para os ribeirinhos. Agora, dia 10, vai ter um festival de pesca, tem um pouco de reserva”, completou.

Já o Hotel Pesqueiro da Odila, também em Corumbá, disse estar “não tão lotado”. “Aqui está bem fraco, acho que é a época, por já estar no final. Nessa época é baixa temporada”, informou a Pousada Cachimbo.

Proprietário Cia Náutica, que vende artigos de Sami Ziad brincou ao dizer que por ali a Piracema começou há uma semana. “Essa semana já está parecendo que está em Piracema o pessoal , a maioria já tem o material então não compra. Esse mês foi um mês diferente, porque geralmente o movimento vai dar uma aquecida até o dia 30, mas parou bem antes, dia 15. Um ano difícil”, pontuou.

Responsável pelo Hotel Querência em Miranda, a 201 km de Campo Grande, Dafner Caroline Castro também reclamou do movimento. “Está mais ou menos, não tem muito não, está bem fraco esse feriado nosso. A gente esperava mais gente, a gente nem tanta reserva. Por enquanto eu tenho 2, estava esperando mais de 20. Acho que é a crise, ano passado a gente teve mais”, avaliou.

Proprietária do Pesqueiro Primavera, em Miranda, Carmen Abadia acha que o feriado afastou os turistas, mas afirma que o movimento “ainda está dentro da normalidade”. “Está dentro da normalidade, acho que vai atrapalhar um pouco, o dia de finados, o pessoal vai muito no cemitério”.

 

Embarcação sobre o Rio Paraguai (Foto: Divulgação)
Embarcação sobre o Rio Paraguai (Foto: Divulgação)

Exceção entre as opiniões de representantes do setor de turismo da pesca, a representante do Joyce Tour Criciane Balbuena disse que a procura, na empresa que trabalha com barco hotel é tanta, que as reservas de 2020 já lotaram e começaram as de 2021. “A gente já tem uma agenda programada um ano antes, na realidade pra gente não teve queda, melhorou até mais. Depende de empresa. Na agência já estamos vendendo até 2021”, disse.

É, também, a opinião da representante do Lontra Pantanal Hotel, Conceição Loveira Amarilia. “Esse final de semana vai ter muito movimento, muita gente vindo pra cá, todos os hotéis estão lotados. Vai ter uns 500 turistas, até mais. Nós estamos com 15 apartamentos todos vendidos, mais ou menos umas 30 pessoas. Esse final de ano está acima do esperado”, comentou.

Piracema e cota zero - O período de defeso dos peixes se estende de 5 de novembro até 28 de fevereiro, conforme disciplina resolução estadual editada em 2011. Nesse intervalo os peixes sobem os rios em numerosos cardumes na direção das cabeceiras para reprodução. Portanto, fica proibido todo tipo de pesca e quem for pego praticando a atividade será preso e terá todo material apreendido (incluindo barcos), além de pagar multa.

A única exceção é para os moradores das barrancas dos rios e que sobrevivem da pesca. Essas famílias podem retirar um exemplar ou até três quilos de peixes ao dia, para consumo próprio.
Este ano, além disso, ano do decreto que estabelece cota zero para a pesca amadora a partir de 2020, o governo do Estado lançou a Cartilha do Pescador com as regras atualizadas. Pescadores amadores e adeptos da pesca esportiva que visitam Mato Grosso do Sul devem ficar atentos aos limites definidos no novo regramento, como a cota de 5 quilos de pescado, mais um exemplar (respeitados os tamanhos mínimo e máximo) e cinco piranhas.

Nos siga no Google Notícias