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Meio Ambiente

Pesquisadores capturam 13 antas no Pantanal para estudo realizado ao ano

Equipe que trabalha na conservação da espécie está há cinco dias na Baía das Pedras, região da Nhecolândia

Por Jéssica Fernandes | 14/07/2025 13:28
Pesquisadores capturam 13 antas no Pantanal para estudo realizado ao ano
Pesquisadora observa anta capturada no Pantanal sul-mato-grossense. (Foto: Incab-Ipê)

O Incab-Ipê (Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira) está no Pantanal sul-mato-grossense para sua campanha anual de captura de antas. Em cinco dias de trabalho, a equipe conseguiu capturar 13 indivíduos da espécie para coletar dados de demografia, genética e saúde.

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Pesquisadores do Incab-Ipê capturaram 13 antas na Fazenda Baía das Pedras, região da Nhecolândia, em Aquidauana, Mato Grosso do Sul. A ação faz parte da campanha anual de pesquisa, que coleta dados sobre demografia, genética e saúde dos animais. Duas das antas capturadas receberam colares de monitoramento.O Pantanal é considerado um paraíso para as antas devido à excelente qualidade do habitat, que oferece alimento, água e abrigo em uma área de 1.700 km². Segundo a coordenadora Patrícia Medici, a região apresenta baixo índice de ameaças diretas aos animais, como caça ou perda de habitat, permitindo estudos aprofundados sobre a espécie.

O cenário deste trabalho é a Fazenda Baía das Pedras, na região da Nhecolândia, em Aquidauana, a 141 km de Campo Grande. Imagens divulgadas no perfil oficial do projeto no Instagram mostram os primeiros dias de atividades no campo.

Das 13 antas capturadas, duas já receberam colares de monitoramento. No domingo (13), a equipe realizou uma captura dupla: a anta Ariel e seu filhote Romeu. Janete, outra anta monitorada pelo projeto, também apareceu nas redes sociais, que acompanham o trabalho realizado anualmente pelo Incab.

Pesquisadores capturam 13 antas no Pantanal para estudo realizado ao ano
Equipe que trabalha na conservação da espécie participa de ação anual de captura. (Foto: Incab-Ipê)

Paraíso das antas - De acordo com Patrícia Medici, coordenadora do Incab, o Pantanal é considerado um verdadeiro paraíso para as antas, graças a uma combinação de fatores que formam o bioma.

“Aqui no Pantanal, onde estamos neste momento, encontramos uma área de habitat de excelente qualidade para as antas. São 1.700 km² com todos os recursos que elas precisam: alimento, água e abrigo”, explica.

Outro ponto positivo, segundo a bióloga, é a baixa presença de ameaças diretas ao animal. “De modo geral, as antas não são caçadas aqui, não identificamos grandes problemas de doenças ou de perda de habitat na planície alagável do Pantanal. Este é, de fato, um local onde elas vivem de forma mais próxima ao que imaginamos ser o habitat natural nos seus tempos áureos”, pontua.

Pesquisadores capturam 13 antas no Pantanal para estudo realizado ao ano
Pesquisador realiza medição do fucinho de uma das 13 antas capturadas. (Foto: Incab-Ipê)

Na visão da pesquisadora, o bioma é um grande laboratório a céu aberto onde ela e os demais tentam entender sobre a espécie que ajudam a preservar. "Aqui que buscamos entender as antas, estudando aspectos de sua biologia e ecologia, como elas se comportam, se reproduzem, dispersam, utilizam o espaço e o tempo, e como interagem com a paisagem”, conclui.

Iniciativa Nacional - Entre 1996 e 2007, o IPÊ desenvolveu um programa de pesquisa e conservação da anta brasileira na Mata Atlântica, na região do Pontal do Paranapanema (SP), criando um extenso banco de dados sobre a espécie. Em 2008, o projeto ganhou uma nova dimensão, passando a atuar em nível nacional para abranger diferentes biomas do país, dando origem ao Incab (Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira).

A partir de 2008, o Pantanal se tornou o foco das pesquisas, com atenção especial ao território sul-mato-grossense. Até então, nunca havia sido realizado um estudo de longo prazo sobre a anta brasileira na região, marcada por desafios e ameaças distintas para a conservação da espécie.

Em 2015, o projeto se expandiu também para o Cerrado de Mato Grosso do Sul. A cerca de 300 km de Campo Grande, a equipe avalia o impacto de ameaças como o avanço da agricultura e da pecuária sobre o habitat, o uso de agrotóxicos e as consequências para a saúde das antas que vivem nessas áreas. Além disso, os atropelamentos em rodovias que cortam o estado são monitorados, já que representam uma das maiores ameaças à espécie na região.

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