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Meio Ambiente

Queimadas cobrem 30 mil hectares no Pantanal e cercam Corumbá com fumaça

Nesta terça-feira (21) equipes correm para combater dois focos às margens do Paraguai enquanto 7 mil hectares já foram devastados

Izabela Sanchez | 21/07/2020 10:55
Sobrevoo das equipes do Instituto do Homem Pantaneiro mostra fumaça subindo na Serra do Amolar, Pantanal sul-mato-grossense (Foto: Divulgação/IHP)
Sobrevoo das equipes do Instituto do Homem Pantaneiro mostra fumaça subindo na Serra do Amolar, Pantanal sul-mato-grossense (Foto: Divulgação/IHP)

Trinta mil hectares. É assim, aproximadamente, o tamanho da área que está no corredor dos focos de incêndio que apagam, voltam queimar e acendem novos pontos no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Da Serra do Amolar até as margens do Rio Paraguai, próximas da região urbana, as queimadas castigam a região e a fumaça cerca Corumbá, a 419 km da Capital.

Nesta terça-feira (21), equipes do 3ª grupamento do Corpo de Bombeiros de Corumbá e do Prevfogo – ligado ao Ibama – já entraram nos barcos rumo às regiões que antes eram submersas no Rio Paraguai. Agora, com o rio em nível muito abaixo do esperado, plantas aquáticas e material seco viram alimento para o fogo.

Na região de Corumbá, até esta terça-feira, o fogo já havia devastado uma área de 7 mil hectares. É o que explica o comandante do 3º grupamento, sargento Carlos Alberto. Hoje a preocupação se volta a dois locais mais próximos da área urbana de Corumbá, a região do Itagiloma e da Baía do Tuiuiú.

Mapa mostra os focos que se espalham na região da Serra do Amolar (Imagem: Divulgação/IHP)
Mapa mostra os focos que se espalham na região da Serra do Amolar (Imagem: Divulgação/IHP)

Essas áreas úmidas soaram o alerta das equipes com indícios de altas temperaturas, os chamados focos de calor, e então bombeiros e prevfogo, cerca de 15 pessoas, foram até lá verificar a situação dos focos. Ainda não há informações, segundo o comandante, que já pediu reforços para o combate terrestre, ainda para serem confirmados.

“Hoje já foram direcionadas equipes para alguns pontos, estão fazendo uma checagem nesses pontos de áreas quentes onde há grande incidência de calor e foram verificar a real situação”, comenta.



Estratégia – Essas áreas ficam às margens do Paraguai – antes parte do rio – e estão distantes de Corumbá entre 30 minutos e 2 horas, percorrendo de barco. São cerca de 60 km entre a região e o perímetro urbano, o que é considerado “próximo” à cidade, na linguagem de distâncias do Pantanal.

Em Mato Grosso do Sul, por toda a área onde o bioma se espalha, são 13 focos detectados desde a segunda-feira (20), segundo o satélite de referência do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que possui setor voltado apenas às queimadas.

O comandante dos bombeiros explica que essas áreas na região de Corumbá ainda têm o agravante de estarem no corredor de vento “que vem diretamente do Pantanal para o perímetro urbano”. “A fumaça tem prejudicado muito as pessoas”, comentou.

“São vários focos, há vários focos dispersos, mas há uma concentração grande na região do Amolar [Serra do Amolar] e há outros pontos como o Itagiloma, próximo à Corumbá, distante entre 30 minutos a 1h”, comentou ele, sobre as áreas concentradas à vazante do Rio Paraguai.

Pontos em vermelho mostram focos mais incidentes enquanto diversos pontos espalham-se no que se chama de zona de amortecimento na Serra do Amolar (Imagem: Divulgação/IHP)
Pontos em vermelho mostram focos mais incidentes enquanto diversos pontos espalham-se no que se chama de zona de amortecimento na Serra do Amolar (Imagem: Divulgação/IHP)

Área total – Há três semanas que diversos pontos da Serra do Amolar queimam e preocupam. As queimadas que chegaram mais cedo este ano, com número de focos que não se via desde 1998, se espalham desde a área conhecida como Jatobazinho, onde há escola do tipo internato para crianças da região, até a região do pesqueiro privado Maracangalha.

É o que explica o diretor do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), Ângelo Rabelo. Ele afirma que toda essa área atinge, no mínimo, 30 mil hectares, com novos focos e regiões já atingidas pelo fogo.

“O fogo no entorno estava ao norte e ao sul das reservas ambientais. No entorno o fogo ainda é real. Na região do Maracangalha é importante porque mostra o volume indo para baixo. São no mínimo 30 mil hectares com umas 3 ou 4 frentes de fogo acontecendo”, diz.

“Passamos duas semanas controlando no entorno das reservas”, explica o diretor.

A urgência, comenta, é evitar que as queimadas cheguem até as áreas de morro, onde é praticamente impossível atuar no combate.

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