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Política

De 1996 a 2012, o paralelo entre duas eleições

Marta Ferreira | 28/10/2012 18:52
Panfleto de André Puccinelli na campanha de 1996, em que ele venceu Zeca do PT. (Foto: Reprodução)
Panfleto de André Puccinelli na campanha de 1996, em que ele venceu Zeca do PT. (Foto: Reprodução)

Nos últimos dias, poucos que viveram aquele ano de 1996 não fizeram comparações, ou exercitaram a memória da eleição que ficou para a história como a mais concorrida que Campo Grande já teve, a última onde houve segundo turno. No meu caso, que tinha 24 anos e cobria a minha primeira campanha política como jornalista, foi inesquecível ver a cidade dividida em dois times, em dois jingles, em dois lados, em duas cores: quem estava com o PMDB e quem estava com PT. Comparar os dois cenários, então, é inevitável.

Naquele ano- o último em que as eleições ocorriam impreterivelmente no dia 3 de outubro e no dia 15 de novembro, quando havia segundo turno- o então deputado federal André Puccinelli (PMDB) derrotou o deputado estadual Zeca do PT (PT) por 411 votos.

Já com carreiras consolidadas no Legislativo, ambos surgiram como lideranças políticas substitutas de Wilson Barbosa Martins e Pedro Pedrossian. Os dois ex-governadores, como se sabe, rivalizaram desde antes de Mato Grosso do Sul nascer como estado, cada um com dois mandatos no Parque dos Poderes.

Eles cumpriram o que se previa e foram sucessores da rivalidade Pedro/Wilson. Juntos acumulam seis mandatos executivos. André tem quatro: dois como prefeito de Campo Grande e dois como governador, incluindo o atual. Zeca tem os dois mandatos de governador.

Após dezesseis anos da eleição que levou os dois a condição de lideranças e rivais, ambos vivem uma nova “onda política”.

Após o PT ser derrotado por André Puccinelli em 2006, com Delcídio do Amaral, e dele mesmo ser derrotado, em 2010, na disputa pelo Governo do Estado, Zeca voltou à cena política este ano como vereador, com 13 mil votos. É bem menos do que os 30 mil que previu.

Por outro lado, André Puccineli, o vencedor de então, vê seu candidato ser derrotado por Alcides Bernal, apoiado pelo Partido dos Trabalhadores.

Mas e o Bernal? Naquela época, era radialista e atuava como advogado. Também já ocupava cargos públicos, entre eles o de procurador jurídico no extinto DOP (Departamento de Obras Públicas), na administração de Wilson Barbosa Martins.

Nas eleições em que Puccinelli se elegeu prefeito de Campo Grande pela primeira vez, foi o ex-prefeito e ex-senador Levy Dias que concorreu pelo PPB, uma das legendas embriões do Partido Progressista, de Bernal. Hoje, Levy está afastado da política.

Para encerrar, há um dado que, fazendo as comparações entre 1996 e 2012, salta aos olhos e evidencia o quanto as coisas mudaram. Desde então, Campo Grande ganhou um terço mais de população, saltando de 590 mil há 16 anos para os atuais 800 mil habitantes.

Houve, ainda, uma outra revolução: o surgimento da internet. Ela era, então, algo bem distante da maioria da população e ainda mais da campanha política, movida na época a showmícios e outros agrados ao eleitor. Este ano, inegavelmente, as redes sociais foram protagonistas.

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