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Política

Delcídio recebeu R$ 1,5 milhão para pagar dívida de campanha, diz economista

Ex-senador teria recebido dinheiro "em caixas", em 2006

Mayara Bueno | 27/07/2016 11:06
Delcídio recebeu R$ 1,5 milhão para pagar dívida de campanha, diz economista

O ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) teria recebido R$ 1,5 milhão de propina para pagar credores da campanha dele para o governo, em 2006. Pelo menos é o que afirmou o economista Antônio Alberto Leite Godinho à (Polícia Federal), pela Operação Lava Jato. As informações foram publicadas pelo Estadão, nesta quarta-feira (27).

Segundo o economista, que seria "próximo" do ex-parlamentar, Delcídio teria recebido o montante "em pacotes de dinheiro" do operador de propinas e delator da Lava Jato Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano. O dinheiro seria deixado na portaria de seu prédio, em São Paulo.

Identificado como "Godinho", o economista havia sido citado pelo ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, em março deste ano. Na ocasião, ele afirmou que, em 2006, Delcídio pediu contribuição financeira para "auxiliá-lo na campanha eleitoral". O ex-senador concorria ao governo estadual de MS.

Segundo a delação de Cerveró, R$ 1,5 milhão foi repassado a Godinho. Os dois estudaram juntos em uma escola de São Paulo, e, em uma festa de comemoração de 30 anos da formatura de ambos, os dois teriam se reaproximado, de acordo com a reportagem. Fernando Baiano seria quem entregou o montante.

Já em sua delação, Delcídio afirmou que o valor recebido não foi contabilizado oficialmente por ele e as dívidas de campanha foram pagas. Disse, ainda, se arrepender "da campanha eleitoral que disputou em 2006" e que "soube, posteriormente, que a origem desses recursos teria advindo de propinas pagas a partir da compra da refinaria de Pasadena, no valor global de R$ 15 milhões".

Godinho prestou depoimento em 25 de maio de 2016, quando ele afirmou que, depois da reapoximação, teve a oportunidade de "acompanhar Delcídio do Amaral, em entrevistas e eventos, quando realizados em São Paulo, além de tê-lo encontrado em diversas ocasiões, sobretudo de cunho social, envolvendo as famílias de ambos".

Em alguns destes encontros, Delcídio do Amaral teria mostrado ao economista uma lista com diversas pessoas e empresas, as quais seriam credores da campanha eleitoral. Ele teria se queixado de que estava enfrentando dificuldades para saldar tais dívidas.

A tarefa de Godinho seria ajudar a arrecadar os fundos e pagar os credores. Segundo o depoimento, diversas idas ao Rio de Janeiro foram feitas pelo economista para encontrar Fernando Baiano.

A reportagem do Campo Grande News procurou o ex-senador Delcídio do Amaral, via telefone. O celular deu sinal de desligado. Procurada, a assessoria de comunicação disse que o ex-senador está em viagem fora do Estado.

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