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Política

Deputada repudia 'propaganda negativa' feita a europeus sobre produtos do MS

Nyelder Rodrigues | 07/12/2016 19:55
Deputada repudiou "marketing negativo" contra produtos do MS (Foto: Divulgação)
Deputada repudiou "marketing negativo" contra produtos do MS (Foto: Divulgação)

A deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) se manifestou contrária ao que ela chama de marketing negativo contra produtos sul-mato-grossenses a representantes do parlamento europeu que visitaram o Estado para discutir e conhecer realidade de comunidades indígenas no sul de Mato Grosso do Sul.

A visita foi liderada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, Padre João (PT-MG), que afirma que a soja, a carne e a etanol aqui produzidos estão "sujos de sangue" dos conflitos entre ruralistas e indígenas. Os europeus teriam saído indignados e prometendo boicotar tais produtos.

Durante reunião na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (7), com a comitiva que visita o Estado, Mara Caseiro disse estar revoltada com o fato de Mato Grosso do Sul estar sendo enxovalhado frente à comunidade europeia. Para ela, trata-se de "farsa e mentira" a respeito do produtor rural do Estado.

"Me causa revolta ouvir isso, porque a soja, a carne, que com certeza todos os senhores e senhoras comeram hoje aqui, não tem sangue indígena, e sim o suor do trabalhador rural, que não tem culpa dos erros cometidos no passado, e que quer também trazer uma solução para a miséria e a tristeza que hoje vemos em nossas aldeias", frisa a deputada.

Caseiro também entregou cópia do relatório final da CPI do Cimi aos três parlamentares europeus e assessores que vieram na comitiva. A deputada estadual criticou mais uma vez a atuação de organizações ao incitar indígenas aos conflitos por terra. "Tem muita gente ganhando com esse conflito e com a miséria nas aldeias".

Grupo de parlamentares se reuniu para debater a questão nesta terça (Foto: Divulgação)
Grupo de parlamentares se reuniu para debater a questão nesta terça (Foto: Divulgação)

Solução - Segundo Padre João, os parlamentares voltaram para a Europa decididos a liderar um boicote aos referidos produtos até que o governo brasileiro tome providência quanto a situação dos indígenas. Caseiro também cobra uma solução para o problema, que legalmente, só pode ser resolvido na esfera federal.

Para ela, a solução para a guerra no campo é a indenização aos proprietários rurais, que compraram suas terras de boa fé e não podem ser prejudicados devido a um erro cometido pelo Governo Federal. Ela defendeu ainda que essas áreas adquiridas pela União não apenas sejam entregues aos índios, mas que eles sejam donos da propriedade.

Já sobre as mortes de indígenas, ela contrapõe os números apresentados por entidades, já que a maioria dos casos envolve índios contra índios. Conforme Mara, entre os anos de 2008 e 2015, foram registrados 229 boletins de ocorrência envolvendo mortes de indígenas. Dos 167 casos com autoria definida, 155 tiveram índios como culpados.

"Ou seja, a maioria das mortes é cometida entre os próprios índios, fruto da desesperança e da falta de perspectiva", avaliou a deputada, uma das participantes da CPI do Cimi e que considerou a entidade como instigadora da violência.

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