ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, TERÇA  19    CAMPO GRANDE 27º

Política

Deputados dizem que JBS só quer pressionar, mas admitem costurar acordo

Paulo Nonato de Souza e Leonardo Rocha | 18/10/2017 11:34
Os deputados Pedro Kemp, Paulo Siuff e Paulo Correa, membros da CPI da JBS que investigou irregularidades no setor tributário e fiscal em Mato Grosso do Sul (Foto: AL/Divulgação)
Os deputados Pedro Kemp, Paulo Siuff e Paulo Correa, membros da CPI da JBS que investigou irregularidades no setor tributário e fiscal em Mato Grosso do Sul (Foto: AL/Divulgação)

A decisão de paralisar as atividades em Mato Grosso do Sul, anunciada ontem à tarde pela JBS, sob a alegação de "insegurança jurídica" depois do bloqueio de R$ 730 milhões por determinação da Justiça, na semana passada, a pedido da CPI que investiga irregularidades tributárias e fiscais no Estado, virou tema de debates na sessão da Assembléia Legislativa nesta quarta-feira, 17.

Se a decisão se confirmar, os 15 mil funcionários das sete unidades frigoríficas da empresa em Mato Grosso do Sul serão os grandes prejudicados, e por conta disso a Assembléia já se mobiliza no sentido de buscar um entendimento com a JBS. Tanto que o presidente da Casa, o deputado Junior Mochi, anunciou que irá pedir ao juiz Alexandre Nunes da Silva, o mesmo que concedeu a liminar bloqueando os bens da empresa, para intermediar um acordo no sentido de que a JBS não paralise suas atividades no Estado.

Para os parlamentares ouvidos pelo Campo Grande News, a JBS está fazendo pressão sobre a CPI e a justiça. “Em Mato Grosso do Sul não há insegurança jurídica, como alegam, e não acredito em demissões e paralisação das atividades. Essa decisão da JBS é uma forma de nos pressionar”, afirmou o deputado Paulo Correa (PR), presidente da CPI da JBS.

Segundo o deputado Pedro Kemp (PT), a direção da JBS já se mostrou disposta a dialogar e até discutir o valor do ressarcimento ao Estado por eventual não cumprimento de investimentos previstos em contrato, como contrapartida de incentivos fiscais recebidos.

“Fizemos um contato por telefone, ontem, com a direção da JBS, em São Paulo, e não percebi a intenção no sentido de fechar as unidades da empresa em Mato Grosso do Sul. Também acho que esse anúncio é só para pressionar e tentar um recuo da CPI no bloquei de bens da empresa”, comentou Pedro Kemp.

Já o deputado Paulo Siuff (PMDB) disse que ficou perplexo com a decisão da JBS sobre fechamento de unidades no Estado. “A empresa confessou o não cumprimento das suas obrigações de investimentos em Mato Grosso do Sul, e o bloqueio de bens é por conta disso. A própria delação premiada dos executivos da JBS na operação Lava Jato está xeque. Portanto, se realmente fecharem as unidades no Estado a justiça terá que agir”, declarou o parlamentar.

Nos siga no Google Notícias