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Política

Empresários que pediram criação da processante estão entre os denunciados

Paulo Yafusso e Michel Faustino | 31/05/2016 19:56
O empresário Luiz Pedro Guimarães chegando para depor no MPE. (Foto: Arquivo)
O empresário Luiz Pedro Guimarães chegando para depor no MPE. (Foto: Arquivo)
Empresário Raimundo Nonato. (Foto: Arquivo)
Empresário Raimundo Nonato. (Foto: Arquivo)
O ex-prefeito prefeito Nelson Trad Filho negou participação em esquema para cassar Bernal. (Foto: Arquivo)
O ex-prefeito prefeito Nelson Trad Filho negou participação em esquema para cassar Bernal. (Foto: Arquivo)
O empresário João Baird denunciado por associação criminosa e corrupção passiva. (Foto: Arquivo)
O empresário João Baird denunciado por associação criminosa e corrupção passiva. (Foto: Arquivo)
O ex-governador André Puccinelli foi denunciado pelo MPE por associação criminosa. (Foto: Arquivo)
O ex-governador André Puccinelli foi denunciado pelo MPE por associação criminosa. (Foto: Arquivo)
O empresário João Amorim preso na Operação Lama Asfáltica é denunciado por associação criminosa e corrupção ativa. (Foto: Aquivo)
O empresário João Amorim preso na Operação Lama Asfáltica é denunciado por associação criminosa e corrupção ativa. (Foto: Aquivo)
Vereador Mario César (PMDB) chegou a ser afastado durante a primeira fase da operação. (Foto: Arquivo)
Vereador Mario César (PMDB) chegou a ser afastado durante a primeira fase da operação. (Foto: Arquivo)
O vice-prefeito afastado Gilmar Olarte é denunciado por corrupção ativa e associação criminosa. (Foto: Arquivo)
O vice-prefeito afastado Gilmar Olarte é denunciado por corrupção ativa e associação criminosa. (Foto: Arquivo)

De denunciante, a denunciado. Na lista apresentada nesta terça-feira (31) pela PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) como envolvidos no esquema de cassação do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), entre os 24 estão os dois empresários que foram os autores do pedido de abertura da Comissão Processante na Câmara: Luiz Pedro Guimarães e Raimundo Nonato de Carvalho. Assim como os demais, eles negam participação no afastamento do prefeito.

E ambos usam o mesmo argumento, comparando com o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Afirmam que se o tratamento fosse igual, Janaína Gaspar, Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, também teriam que ter sido denunciados por terem apresentado o pedido de afastamento da presidente. “Isso que nos envergonha, Campo Grande está fora dos trilhos”, afirma Guimarães. “Até me surpreendi, não fui chamado uma vez sequer para ser ouvido e não existe nenhuma conversa telefônica minha sobre esse caso”, afirma Raimundo Nonato.

O ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PTB), nega participação no esquema e diz que também nunca foi ouvido pelo Gaeco durante a Operação Coffee Break. “Respeito o trabalho do Ministério Público, mas a denúncia é totalmente sem fundamento”, declarou. Ele disse ainda, que confia que a Justiça vai reparar esse dano. “Estou absolutamente tranquilo que irei reverter no primeiro momento o procedimento que incluiu o meu nome nesta lista”, afirmou o ex-prefeito.

O advogado José Wanderley Bezerra Alves, que defende o empresário João Baird e o procurador jurídico da Câmara, André Scaff, afirmou que não teve acesso ainda à denúncia, e por isso não poderia se manifestar. O mesmo disse Wladimir Rossi, advogado do empresário Carlos Naegele, e Renê Siufi, advogado do ex-governador André Puccinelli. O advogado do empresário João Amorim, Benedicto Arthur de Figueiredo Neto não atendeu as ligações.

O que dizem os vereadores- Os vereadores ouvidos pelo Campo Grande News negam que tenham participado de suposto esquema para cassar o mandato de Alcides Bernal.

O presidente da Câmara, vereador João Rocha (PSDB), denunciado por corrupção passiva, disse que ficou sabendo do fato pela imprensa e que ainda não teve acesso ao teor da denúncia. Entretanto, se disse surpreso pelo fato de em nenhum momento ter sido chamado pelo Ministério Público Estadual para ser ouvido durante as investigações.

“Me causa estranheza, entretanto eu estou a disposição da Justiça e estou completamente em paz, quanto a decisão de votar favorável da cassação do Bernal. Reitero que o fiz com base em situações concretas, trazidas a luz por uma Comissão Parlamentar de Inquérito que apurou inúmeras irregularidades, que foram atestadas pelo Ministério Público e Tribunal de Contas”, comenta.

Também denunciado por corrupção passiva, o vereador Jamal Salem (PR) considera a denúncia 'injusta'. “Eu tenho o máximo respeito pelo MPE, mas considero isso uma tremenda injustiça. Fui ouvido apenas uma vez pelo grupo e não existe fato concreto que aponta alguma ilicitude de minha parte”, disse.

Questionado sobre o fato da denúncia o implicá-lo em razão de supostas vantagens a serem recebidas, o que teria motivado voto favorável a cassação de Bernal, Jamal nega veementemente. O parlamentar foi nomeado secretário de Saúde durante a gestão do vice-prefeito afastado Gilmar Olarte.

“Meu voto foi baseado nas irregularidades cometidas por ele (Bernal). Em nenhum momento pensei em ter alguma vantagem com isso. Inclusive, eu já havia sido convidado para ser secretário pelo próprio Bernal e neguei. Depois recebi o convite novamente e decidi aceitar, mas isso foi uma questão técnica”, diz.

Apesar de denunciado, o parlamentar diz estar tranquilo e afirma que irá provar na Justiça que não cometeu nenhum crime. “Essa denúncia me causou estranheza e alívio ao mesmo tempo. Agora, eu vou poder me defender e provar minha inocência na Justiça”, disse.

O vereador Eduardo Romero (Rede) também negou qualquer envolvimento em suposto esquema para cassar Bernal. Romero chegou a ser cotado para assumir a Secretaria de Meio Ambiente depois que Bernal foi cassado, mas afirma que a indicação ocorreu por conta de sua atuação em causas ambientalistas.

O parlamentar também reiterou que o voto favorável a cassação foi baseado na clareza dos crimes cometidos por Bernal, durante a primeira fase de sua gestão. Romero lembra, inclusive, de uma das denuncias feitas por ele, em que o chefe do executivo teria feito contratos superfaturados para aquisição de combustível.

“Eu tenho total tranquilidade das motivações que me levaram a votar a favor da cassação. A motivação não foi política e sim técnica e jurídica. Inclusive, as denúncias foram referendadas pelos órgãos fiscalizadores”, diz.

Os vereadores Edil Albuquerque,  Mário César e Paulo Siufi, ambos do PMDB, Flávio César (PT do B) informaram, por meio de seus respectivos advogados, que ainda não foram notificados e preferem, neste momento, não se manifestar. Airton Saraiva (DEM), Waldecy Batista Nunes, O Chocolate, (PTB), Edson Shimabukuru (PTB) e Carlos Augusto Borges, O Carlão (PSB) e o vice-prefeito afastado Gilmar Olarte não foram encontrados.

 

O presidente da Câmara Municipal vereador João Rocha (PSDB). (Foto: Arquivo)
O presidente da Câmara Municipal vereador João Rocha (PSDB). (Foto: Arquivo)
Vereador Eduardo Romero (Rede)
Vereador Eduardo Romero (Rede)
Vereador Jamal Salem (PR).
Vereador Jamal Salem (PR).
Airton Saraiva (DEM) foi denunciado por associação criminosa e corrupção ativa. (Foto: Arquivo)
Airton Saraiva (DEM) foi denunciado por associação criminosa e corrupção ativa. (Foto: Arquivo)
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