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Política

Federais identificam R$ 10 milhões em propina do JBS em troca de incentivo

Priscilla Peres e Aline dos Santos | 11/05/2017 12:42
Um dos malotes de documentação apreendida pela PF nesta quinta-feira (Foto: Marina Pacheco)
Um dos malotes de documentação apreendida pela PF nesta quinta-feira (Foto: Marina Pacheco)

O grupo J&F, do qual fazem parte o frigorífico JBS e a Eldorado Celulose, é investigado por pagar propina em troca de incentivos fiscais concedidos pelo Governo do Estado durante a gestão de André Puccinelli (PMDB), que encerrou seu segundo mandato em 2014.

Eles teriam pago R$ 10 milhões por meio de contratos fraudulentos de maquinário e doações de campanha.

O grupo está entre os investigados da Operação Lama Asfáltica que teve a quarta fase deflagrada nesta quinta-feira (11). De acordo com a Polícia, o ajuste de isenção fiscal entre governo e o JBS foi assinado em 2014 e desde então a relação é investigada.

Segundo o delegado regional de combate ao crime organizado, Cleo Mazzotti, as análises apontam que em geral se cobrava entre 20% e 25% de propina em cima do valor de incentivo fiscal.

O montante era repassado aos membros do governo envolvidos no esquema de corrupção de duas maneiras. Segundo a PF o grupo pagou a propina por meio de doação legal de campanha eleitoral e aluguel fictício de máquinas da empresa Ase Participações e Investimentos Ltda.

Mazzotti afirmou durante coletiva, que a JBS locou um grande número de máquinas pesadas sem motivo declarado. "Não havia sentido logico nas locações, que levaram muito tempo e com preço alto. Eles pagavam as mesmas maquinas o tempo todo e elas ficavam parada".

A empresa foi alvo da segunda fase da Operação Lama Asfáltica, em 2016, e pertencia aos sócios João Amorim e Elza Cristina Araújo dos Santos Amara. Na época a Polícia Federal viu o lucro da empresa crescer rapidamente após sua criação, em 2013.

A ASE era suspeita ainda de não ter nem maquinário para honrar contratos de locação de equipamentos, mas tinha um avião avaliado em US$ 900 mil em seu patrimônio.

Outro lado - Em nota, e Eldorado confirma que a Polícia Federal realizou busca e apreensão em suas dependências em Três Lagoas na manhã de hoje (11). "A companhia está segura de que a questão será esclarecida e afirma que todas as suas atividades são realizadas dentro da legalidade. A empresa se mantém à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais".

A JBS informou em nota que "as informações sobre a Companhia são públicas e que prestou todos os esclarecimentos e dados solicitados. A empresa se mantém à disposição das autoridades.”

(Matéria atualizada às 14h36 para acréscimo do posicionamento da JBS)

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