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Política

Governador é citado em suposto acordo com Camargo Corrêa

Redação | 13/04/2009 07:58

O governador André Puccinelli (PMDB) é citado em documentos apreendidos pela Polícia Federal nas investigações sobre a Camargo Corrêa. A operação "Castelo de Areia" apura financiamento de campanhas pela construtora em diferentes estados brasileiros.

A PF apreendeu documentos que citam nominalmente um deputado, um senador e o governador. Puccinelli aparece como parte em um "acordo com a empresa".

Publicamente, a relação do governo com a Camargo Correa ocorre por conta de precatório milionário que o Estado tem pendente com a construtora, e que gerou uma briga judicial. Mas o que chamou a atenção da Polícia Federal é o fato de ter sido citado o nome de Puccinelli, e não do Estado, como em transações profissionais.

Além de pastas e listas com 142 planilhas, tabelas relacionando siglas, instituições, obras, partidos e deputados com valores em reais e dólares, os agentes apreenderam documentos em francês sobre o deputado Paulo Maluf (PP-SP) e o senador Valdir Raupp (PMDB-RO).

A Polícia Federal não forneceu detalhes sobre o "acordo que cita André Puccinelli".

Aliás, a PF não revelou o teor de nenhum documento, segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo.

A assessoria de Maluf não quis se manifestar. Já a de Raupp explicou que o documento apreendido, o ofício 139/2009, encaminhado pelo gabinete do senador, tratava de um pedido de emprego para uma engenheira filha de um aliado.

O senador encaminhou o pedido a Marco Antônio Bucco, executivo da Camargo Corrêa.

Raupp pedia no ofício que Bucco examinasse o currículo da engenheira e verificasse se podia contratá-la para os projetos da empreiteira em Rondônia.

A construtora participa do consórcio Energia Sustentável do Brasil, responsável pela obra da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira.

A assessoria de Raupp afirmou ainda que esse tipo de ofício é uma forma de tentar atender a pedidos dos eleitores. No caso específico da engenheira, a assessoria do senador disse que o pedido não foi atendido pela Camargo Corrêa.

A ação da PF, que dizia investigar supostos crimes financeiros e evasão de divisas, levou para a prisão dez executivos da empresa e doleiros, todos soltos por ordem do Tribunal Regional Federal.

Mas os agentes também procuraram provas sobre supostas doações ilícitas para partidos e sobre a suspeita de irregularidades em obras.

A equipe da PF que revistou a casa do executivo Pietro Bianchi, no Morumbi, apreendeu uma "pasta de plástico transparente contendo três páginas de documentos em francês com referência a Paulo Maluf".

Os federais acharam ainda um pasta com documento referente a um imóvel em Campos do Jordão (SP) e outra com planilhas com siglas e referências a pagamentos em reais e dólares.

Possíveis indícios de crimes eleitorais, segundo a PF, foram encaminhados à Procuradoria Eleitoral.

A assessoria de imprensa do governador André Puccinelli foi procurada, mas não tinha conhecimento sobre os documentos apreendidos pela Polícia Federal.

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