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Política

Justiça bloqueia R$ 476,8 milhões do PP; para Bernal, decisão não afeta MS

Em Mato Grosso do Sul, Bernal diz que confia no Judiciário e não teme máculas à sigla

Lucas Junot | 07/04/2017 16:33
Alcides Bernal é o presidente estadual do PP em Mato Grosso do Sul (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Alcides Bernal é o presidente estadual do PP em Mato Grosso do Sul (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

A Justiça Federal do Paraná bloqueou nesta sexta-feira (7) mais de R$ 476,8 milhões em bens do PP (Partido Progressista) e de onze deputados e ex-deputados da sigla. O partido e estes políticos respondem a uma ação de improbidade administrativa movida pelo MPF (Ministério Público Federal), no âmbito da Operação Lava Jato. Contudo, segundo o presidente estadual da sigla, Alcides Bernal, o partido não será afetado em Mato Grosso do Sul.

Presidente estadual do Partido Progressita, Alcides Bernal (PP), disse que aguarda apuração dos fatos e conclusão das investigações. De acordo com ele, o problema é um assunto a ser tratado com a direção nacional do PP, mas como cidadão e integrante da sigla, “constatadas irregularidades, providências cabíveis têm que ser tomadas. Do contrário, a Justiça também deverá se posicionar e limpar o nome dos envolvidos”.

O MPF pede o pagamento de mais de R$ 2 bilhões, a suspensão dos direitos políticos e perda dos direitos de contagem e fruição da aposentadoria pelo Regime Especial. Os procuradores também pedem a perda dos cargos daqueles que cumprem mandato.

Os integrantes do PP que são réus neste processo são os deputados federais Nelson Meurer (PP-PR), Mário Negromonte Júnior (PP-BA), Arthur Lira (PP-AL), Otávio Germano (PP-RS), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e Roberto Britto (PP-BA), além dos ex-deputados federais Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), João Pizzolatti (PP-SC) e Mário Negromonte (PP-BA) e de João Genu, ex-assessor do falecido deputado José Janene.

“As evidências colhidas ao longo da investigação apontam que o dinheiro ilícito da corrupção da Petrobras foi empregado para o enriquecimento ilícito dos participantes e para financiar campanhas eleitorais”, diz nota da Procuradoria da República no Paraná. A investigação identificou dois esquemas de desvios de verbas da Petrobras envolvendo o partido.

Em nota, o PP informou que "todas as doações recebidas foram legais e devidamente declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral". O partido disse ainda que "não compactua com condutas ilícitas e confia na Justiça para que os fatos sejam esclarecidos".

Entre os progressistas, o que teve o maior valor bloqueado pela Justiça foi Negromonte, ex-deputado federal que ocupou o cargo de ministro das Cidades entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2014. Ele teve a indisponibilidade de R$ 166,9 milhões. O Partido Progressista teve R$ 9,88 milhões bloqueados no despacho do juiz Friedmann Anderson Wendpap, da 1ª Vara Federal de Curitiba.

A ação contra o PP é o primeiro processo movido contra um partido político no âmbito da Operação Lava Jato.

“Eu louvo a ação e confio no Judiciário. Há de ser tomada uma decisão com base em provas. Ontem (6), durante convenção nacional do partido, ouvimos dos dirigentes nacionais a informação categórica de não há nada de errado e isso será provado”, declarou Bernal.

Questionado sobre a mácula na imagem do partido, em nível estadual, em face do processo eleitoral em 2018, o presidente estadual da sigla disse ter “a tranquilidade de dizer que a população saberá discernir”. Ele garante que o partido apresentará quadros competitivos para o pleito eleitoral. “Ainda não estamos falando em cargos, mas vamos disputar vagas na Assembleia e na Câmara Federal”, finalizou.

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