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Política

Laudo revela que assinatura em cheque do golpe é falsa, diz advogado

Defesa de Ronan Feitosa, ex-assessor da Prefeitura, pediu perícia à Justiça para desmentir denúncia de golpe de R$ 1 milhão

Flávia Lima | 26/05/2015 15:02
Advogado Hugo Farias solicitou perícia para atestar falsificação em cheques de Ronan. (Foto:Marcelo Calazans)
Advogado Hugo Farias solicitou perícia para atestar falsificação em cheques de Ronan. (Foto:Marcelo Calazans)
Detalhe do laudo do instituto de perícia criminal que analisou assinaturas de Ronan em cheques. (Foto:Marcelo Calazans)
Detalhe do laudo do instituto de perícia criminal que analisou assinaturas de Ronan em cheques. (Foto:Marcelo Calazans)

O advogado Hugo Melo Farias, que defende o ex-assessor da Prefeitura de Campo Grande, Ronan Edson Feitosa de Lima, acusado de contrair "empréstimo" junto a agiotas para gastos na campanha eleitoral de 2012, protocolou na manhã desta terça-feira (26), no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul "incidente de falsidade". O recurso solicita à Justiça perícia técnica em cinco cheques do banco Bradesco que, segundo a defesa, apresentam assinatura falsificada de Ronan.

O advogado pediu ao IPC (Instituto de Perícia Científica) da Capital, que fosse feita a análise nesses cinco cheques contendo assinatura de Ronan. Dois deles, do banco HSBC, teriam sido apenas endossados por ele. De acordo com laudo, foram observadas sete divergências na grafia dos cheques apresentados à perícia em relação a assinatura original de Ronan, o que configuraria a falsificação.

A perícia particular apontou problemas na grafia principalmente nas letras E, F, L e na escrita do sobrenome Lima. Mediante essa conclusão, o advogado solicita ao desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, relator do caso, que determine uma segunda perícia nos cheques.

“Os erros são grosseiros, é visível a falsificação nas folhas”, afirma o advogado. Além das supostas falsificações, Hugo Farias ressalta que uma das folhas de cheque, do banco Bradesco, também foi falsificada, apresentando conta que, segundo o advogado, não pertence a agência, localizada na Avenida Afonso Pena. “Entrei com requerimento solicitando informações sobre essa conta, mas ainda não obtive parecer jurídico, no entanto um funcionário me garantiu que essa conta não existe nessa agência”, afirma.

Hugo Farias diz que Ronan teve conta no Bradesco apenas entre os anos de 2000 e 2001 e os cheques datam de 2013.

Outras duas folhas constam praça de Curitiba, ou seja, a pessoa emitiu os cheques durante passagem pela capital do Paraná. “Meu cliente nunca esteve em Curitiba”, diz o advogado.

O montante dos cheques que passaram por perícia particular somam R$ 50 mil. Uma sexta folha, com assinatura original de Ronan, também foi analisada no instituto particular para servir de comparação.

Todos os cheques datam de 2013. Um, do dia 10 de maio, tem valor de R$ 13 mil, um segundo, de R$ 5 mil, tem data de 10 de junho e um terceiro cheque, datado do dia 4 de julho, consta valor de R$ 18 mil. Outros dois cheques, no valor de R$ 7 mil cada, possuem data do dia 20 de maio.

Já o sexto cheque, no valor de R$ 10 mil, emitido e assinado por Ronan, é datado de 2 de agosto de 2013. Segundo o advogado, o cheque foi apresentado e devolvido duas vezes por falta de fundo. “O curioso é que tentaram depositar apenas esse cheque original. Os demais que a perícia acusou assinatura falsa não foram apresentados”, afirma.

Hugo Farias explica que o objetivo em solicitar que o TJ também determine uma perícia nos cheques, é provar que a dívida de Ronan não ultrapassa os R$ 50 mil e não R$ 1 milhão como anunciado. “Meu cliente nunca negou que tenha feito empréstimos com agiotas, mas os valores são bem abaixo do divulgado por essas pessoas que querem prejudicar meu cliente. Mesmo com juros, esse montante não ultrapassaria R$ 150 mil”, ressalta.

Caso a Justiça acate a solicitação da defesa, o advogado diz que Ronan Feitosa Lima será convocado a comparecer aos instituto designado para a coleta de sua assinatura, além da análise do cheque original, já periciado a pedido da defesa.

O caso – Ronan Edson Feitosa de Lima é pivô de escândalo que acusa o prefeito Gilmar Olarte (PP), de “dar o golpe do cheque em branco” em eleitores, conforme noticiado pela Rede Globo, no programa dominical Fantástico, no início deste mês.

O advogado Hugo Farias voltou a reiterar que Ronan assumiu ser o dono das dívidas e que as contraiu para pagar cabos eleitorais contratados para fazer campanha do ex-prefeito Alcides Bernal.

O advogado também reafirmou que o ex-assessor da Prefeitura nunca prometeu cargos e contratos em troca do empréstimo e afirma que hoje Ronan não tem mais qualquer tipo de contato com o prefeito Gilmar Olarte. Respondendo o processo em liberdade, Ronan mora atualmente em outro Estado, mantido sob sigilo pelo advogado.

“Estamos respondendo a todos os questionamentos da Justiça e cumprindo todas as etapas do processo. Não temos nada para esconder”, conclui.

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