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Política

Operação da PF coloca no alvo estrutura comandada por indicados do PT na Agraer

Autarquia investigada por grilagem definiu comando após acordo do PT para apoiar governo tucano

Por Ângela Kempfer | 08/05/2025 09:47
Operação da PF coloca no alvo estrutura comandada por indicados do PT na Agraer
Policia esteve hoje na sede da Agraer. (Foto: Marcos Maluf)

A deflagração da Operação Pantanal Terra Nullius pela Polícia Federal nesta quarta-feira (8) lançou luz sobre nomes indicados pelo PT para o comando da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), órgão investigado por participação em esquema de grilagem de terras públicas da União no Pantanal.

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Operação da Polícia Federal investiga grilagem de terras no Pantanal com possível envolvimento da Agraer. A investigação apura falsificação de documentos para titularizar ilegalmente áreas da União no Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro. Servidores da Agraer, fazendeiros e empresários são suspeitos de participar do esquema, que teria gerado emissão indevida de títulos e comercialização de cotas de reserva ambiental. Diretores da Agraer, indicados pelo PT, são investigados. Washington Willeman de Souza, diretor-presidente, e Marcos Roberto Carvalho de Melo, diretor-executivo, assumiram os cargos em janeiro deste ano com apoio de deputados petistas. A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da Agraer e em endereços ligados aos investigados. O governo estadual afirma que acompanha a operação e tomará as medidas cabíveis. Lideranças do PT que apoiaram as nomeações ainda não se manifestaram.

Os dois principais cargos da autarquia — de diretor-presidente e de diretor-executivo — foram entregues ao PT como parte do acordo político com o PSDB, que garantiu apoio do partido à base do governador Eduardo Riedel na Assembleia Legislativa.

O atual diretor-presidente, Washington Willeman de Souza, e o diretor-executivo, Marcos Roberto Carvalho de Melo, conhecido como Betão, são servidores de carreira indicados por lideranças petistas.

Ambos tomaram posse em 2023, com aval de nomes como do deputado estadual Zeca do PT e do deputado federal Vander Loubet, que participaram das negociações com o governo.

"Indicamos porque confiamos, são quadros técnicos, históricos da casa", disse Zeca na época da nomeação.

Apesar de comandada pelo PT, apenas dois servidores da Agraer, sem relação com o partido estão na lista de investigados, um deles é o gerente de Regularização Fundiária e Cartografia Jadir Bocato. O segundo é o agrimensor e ex-presidente da Agraer, André Nogueira Borges.

A investigação da Polícia Federal apura a atuação de uma rede de falsificação de documentos para titularizar ilegalmente terras da União no Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro. O esquema envolveria fazendeiros, empresários e servidores da Agraer, e teria resultado na emissão indevida de títulos e na comercialização de cotas de reserva ambiental.

Segundo a PF, parte das fraudes contava com a omissão deliberada da origem pública das terras, o que permitia que os processos tramitassem normalmente dentro da Agraer, mesmo o órgão sendo legalmente incompetente para atuar sobre essas áreas.

A sede da Agraer em Campo Grande foi alvo de mandados de busca e apreensão nesta manhã. A operação também cumpriu ordens judiciais no condomínio de luxo Terraville e em imóveis ligados aos investigados.

Em nota lacônica, o governo estadual limitou-se a informar que “acompanha a operação” e que “tomará medidas cabíveis” conforme o avanço das investigações. Não há, até o momento, nenhum posicionamento público dos líderes petistas que articularam as indicações.

O deputado Zeca do PT não foi encontrado hoje cedo na Assembleia e também não tivemos retorno de Vander Loubet nem de Marcos Roberto.

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