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Política

Pedra pede desculpas e Flavio Cesar desiste de pedir quebra de decoro

Zemil Rocha | 24/10/2013 19:34
Pedra ouvindo Flavio Cesar esta manhã durante sessão da Câmara (Foto: Cleber Gellio)
Pedra ouvindo Flavio Cesar esta manhã durante sessão da Câmara (Foto: Cleber Gellio)

O vice-presidente da Câmara de Campo Grande, vereador Flavio Cesar (PTdoB), não vai mais ingressar com representação por quebra de decoro parlamentar contra o colega Paulo Pedra (PDT). Os dois conversaram depois da polêmica sessão, em que foi discutida a moção de congratulações ao “Mister Gay”, e resolveram discutir a desavença internamente.

“Vamos tratar do assunto internamente para manter o respeito dentro da Casa. Como o vereador Pedra se retratou, admitiu que passou dos limites, que extrapolou, teve essa humildade, eu aceitei o pedido de desculpas”, afirmou Flávio Cesar, no começo desta noite, em entrevista ao Campo Grande News. “A princípio não tem pedido de quebra de decoro”, acrescentou.

Flávio Cesar esclareceu que não foi por causa da moção de congratulação ao “Mister Gay” e sim em decorrência do “desacato”. Explicou que poderia até entrar na Justiça.. contra Paulo Pedra em razão de ter-se sentido ofendido. “Ele me desacatou no exercício da presidência”, enfatizou o vice-presidente, que comandou a sessão desta manhã.

A moção aprovada prevê o envio de moção de congratulação ao douradense Carlos Gabriel, que venceu o concurso gay “Mister Brasil Diversidade”. “Todo o problema surgiu não me razão da moção e sim em função de uma frase que o vereador Paulo Pedra, que falou que toda família evangélica tinha um gay. E os vereadores evangélicos se sentiram ofendidos, logicamente”, disse Flavio.

Ainda conforme o vice-presidente, houve muita insistência de vários vereadores, inclusiva Carlão (PSB) e Deley Pinheiro (PSD), que não são evangélicos, para que Pedra retirasse a frase. “Depois disso, ele foi no microfone novamente e falou que não era em toda família evangélica, mas em toda família brasileira tem ou poderia vir a ter um gay”, lembrou-se o vereador. Novos pedidos de retratação teriam sido feitos, mas Pedra declarou que não se retrataria por ser uma questão de convicção.

Diante da polêmica, Flavio Cesar diz que considerou melhor determinar ao setor de atas da Câmara que retirasse a frase proferida por Paulo Pedra. “Aí ele se sentiu ofendido e esbravejou no microfone, dizendo que eu não tinha legitimidade para estar no exercício da presidência. Me desacatou”, observou o vice-presidente, lembrando que até mesmo um assessor de seu gabinete levou um empurrão e que houve referência ao vereador Elizeu Dionízio (SDD), como se ele fosse “homofóbico”.

Entendeu, porém, que depois Pedra teve humildade de pedir desculpas. “Conversamos depois e vamos ter voltar a falar internamente. É preciso manter respeito. As pessoas têm direito de ter sua opção sexual e eu não sou obrigado a compartilhar com essa opção. Mas não era essa a discussão. Eu não estava defendendo um lado nem outro e sim exercendo prerrogativa como presidente. Foi nesse sentido que poderia avaliar a possibilidade de pedir a quebra de decoro do vereador. Mas depois conversamos, ele pediu desculpas e reconheceu que se exaltou, passou dos limites”, ponderou Flavio.

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