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Política

PMDB crê já ter fechado apoio da maioria dos partidos e isolado Delcídio

Zemil Rocha | 09/10/2013 19:41
Com o PMDB tendo mais aliados, candidatura de Nelsinho ganha "musculatura" (Foto: arquivo)
Com o PMDB tendo mais aliados, candidatura de Nelsinho ganha "musculatura" (Foto: arquivo)

O PMDB saiu do período de troca-troca partidário convencido de que terá o apoio da maioria das legendas e também as de maior peso político nas eleições de 2014 em Mato Grosso do Sul, reforçando substancialmente a pré-candidatura do ex-prefeito Nelsinho Trad. Por outro lado, entendem que conseguiram isolar politicamente o senador Delcídio do Amaral, que pode liderar nas pesquisas eleitorais, mas não conseguiu expandir sua influência, como fez o PMDB sob a batuta do governador André Puccinelli.

Os peemedebistas acreditam que já estão fechados com o projeto de eleger o seu candidato a governador o PR, PDT, PSB, PTB, PSD, DEM e PT do B. “Só depende agora de oficialização nas convenções partidárias”, informou uma grande liderança do PMDB, destacando especialmente a boa execução da estratégia montada e comandada pelo governador. Vários outros pequenos partidos deverão ingressar também nessa coligação, como PRB, PSL, PSDC, PTC, PPL e PC do B, além do recém-criado Solidariedade (SDD), que ganhou as filiações do secretário estadual da Juventude, Herculano Borges, e do vereador Elizeu Dionízio.

Essa mesma avaliação é compartilhada pelo deputado estadual Eduardo Rocha (PMDB). “André mostrou na última semana de filiações partidárias uma habilidade muito grande, levando seu grupo político a participar efetivamente de outros partidos”, enalteceu o parlamentar, que é marido da vice-governadora Simone Tebet.

Dentro dessa estratégia, Rocha apontou como exemplos do PSB, para onde foram a secretária estadual de Produção e Turismo, Tereza Cristina Corrêa da Costa, e o presidente da Sanesul, José Carlos Barbosa, do PR, para onde voltou o secretário estadual de Obras, Edson Giroto, e do PTdoB, que ganhou Álvaro Soares, uma grande liderança em Ponta Porã, apesar de ter perdido o deputado estadual Osvane Ramos (PROS).

Considera ainda que o caminho do PDT deve ser mesmo a coligação com o PMDB. “Nosso partido tem mantido ligação estreita com PDT”, argumentou Eduardo Rocha, para que, com o novo cenário após trocas partidárias, ganha ainda mais força a candidatura de Nelsinho Trad ao governo do Estado.

Indagado se a ampliação da área de influência do PMDB não poderá significar também a “pulverização de candidaturas”, visto que isso poderia enfraquecer o desempenho eleitoral do senador Delcídio do Amaral (PT) e garantir o segundo turno, o deputado Eduardo Rocha respondeu: “Acho que ainda é cedo para se falar em pulverização. Há menos de uma semana terminou as trocas partidárias. O PMDB vai pensar nela, porque quanto mais candidatura melhor. Aliás, nossos adversários fizeram isso em Campo Grande no ano passado. Mas isso é para depois”.

Para ele, a pulverização de candidaturas depende muito das pesquisas eleitorais. De qualquer forma, defende que o PMDB mantenha seu foco em reforçar o apoio a Nelsinho. “O PMDB vai pensar na sua estratégia política. Não vamos fazer força de lançar candidato por outro partido. Temos é que nos fortalecer”, disse.

PSDB com Nelsinho – Na avaliação da grande liderança peemedebista citada no começo desta reportagem, o PSDB também está caminhando para fechar aliança com o PMDB. “É questão de sobrevivência política. O PSDB precisa de legenda para a eleição da Assembleia e os deputados pressionam por aliança com o PMDB”, afirmou o peemedebista.

Essa possibilidade, porém, não tem o aval dos tucanos. Mesmo questionado sob a proteção do anonimato, a fim de que pudesse expressar com menos policiamento a realidade dos bastidores políticos, um dos deputados estaduais do PSDB garantiu que há pressão da bancada na Assembleia por acordo com os peemedebistas nem temor de dificuldade para conseguir quociente eleitoral.

“Não procede isso”, garantiu o parlamentar tucano, ao ser indagado se haveria a propensão do PSDB de buscar “sobrevivência eleitoral” nos braços dos peemedebistas. “Hoje estamos relativamente preparados para chapa pura”, afirmou o deputado. Se marchar com candidatura própria ao governo do Estado, o PSDB deve ter o apoio eleitoral do PPS.

O mesmo político tucano concorda, porém, que, após o período de trocas partidárias, o PMDB saiu fortalecido. “O PT do B não tenho dúvida que está com o PMDB, até porque já tinha esse comportamento. Com relação ao PTB também não tem o que questionar”, declarou.

Quanto ao PDT, contudo, considera que não há ainda definição. “A gente tem sentido da manifestação do presidente do PDT, João Leite Schimidt, que os pedetistas estão dialogando com todos os partidos. Schimidt é muito precavido”, opinou o parlamentar. “Não vejo como com tanta antecedência os fatos serem consumados”, emendou.

Delcídio isolado – Ainda na avaliação da liderança peemedebista, que fez as confidências sob a condição do anonimato, o senador Delcídio do Amaral ficou praticamente isolado. Só lhe teria sobrado pequenos partidos, com diminuta capacidade eleitoral, como o PSC e o PROS (Partido Republicano da Ordem Social), que conquistou dois deputados estaduais no troca-troca visando as eleições do ano que vem, Osvane Ramos e Lauro Davi,

Os petistas não consideram que a quantidade de partidos numa coligação seja determinante para vitória. Lembram que no ano passado, em Campo Grande, o PMDB fechou também com a maioria dos partidos (17 dos 27) e acabou perdendo a eleição para prefeito.

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