ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 22º

Política

Preso na PF, blogueiro ainda não prestou depoimento, afirma a defesa

Advogados dizem que ele não teria motivos para fugir e tentam revogar determinação do STF

Marta Ferreira | 29/06/2020 11:00
Grupo protesta em frente à da PF em Campo Grande, onde está Oswaldo Eustáquio. (Foto: Reprodução das redes sociais)
Grupo protesta em frente à da PF em Campo Grande, onde está Oswaldo Eustáquio. (Foto: Reprodução das redes sociais)

Preso na Polícia Federal em Campo Grande desde sexta-feira (26), em cumprimento a ordem dada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), o jornalista Oswaldo Eustáquio, 42 anos, ainda não foi ouvido no inquérito, segundo sua defesa. Os advogados informaram que entraram com pedido de revogação da prisão temporária, pelo prazo de 5 dias, e aguardam a manifestação do ministro Alexandre de Moraes, o responsável pelo inquérito para apurar rede de incentivo a manifestações antidemocráticas, no qual foi expedido o mandado contra o jornalista.

Osvaldo, conhecido blogueiro bolsonarista, se considera "preso político", conforme carta aberta publicada em suas redes sociais, no sábado (27). No domingo, grupo de apoio a ele se concentrou na calçada da superindendência da PF em Campo Grande, protestando contra a restrição à liberdade de Eustáquio.

Com cartazes, incluindo um com a inscrição "Fora Alexandre de Moraes", o grupo repetiu a informação da carta, de se tratar de prisão política. O texto do blogueiro foi escrito na carceragem e entregue ao advogado Alexandre Franzoloso, correspondente em Campo Grande do escritório de Elias Mattar Assad, de Curitiba (PR), responsável pela representação do investigado.

Ao Campo Grande News, Franzoloso disse não ter tido acesso ao inquérito ainda. Segundo ele, na vista ao preso no sábado, além da carta, fez o procedimento de assinatura das procurações para a nomeação dos defensores.

Em Curitiba, Elias Mattar Assad disse que, se o ministro não se manifestar sobre o pedido de revogação nesta segunda, há outros dois andamentos possíveis: o cliente pode ter a prisão preventiva decretada, ou ser liberado, com a possibilidade de que essa liberdade seja com restrições, como o uso de tornozeleira eletrônica.

"Eu não quero ele com tornozeleira, quero a liberdade", defende o profissional do Direito. Segundo ele, ao contrário do que foi afirmado para prender Oswaldo Eustáquio, não havia possibilidade de fuga pela fronteira de Mato Grosso do Sul.

"Desnecessária" - "Espera a defesa que seja revogada a prisão desnecessária, posto que nunca foi indiciado ou sequer chamado para qualquer ato investigatório", diz nota assinada por dois advogados do Distrito Federal, Ricardo Freire Vasconcelos e Paulo Goyás Alves da Silva.

O texto contesta a prisão de Oswaldo Eustáquio dizendo que o "estilo próprio" de jornalismo dele repete comportamentos de outros profissionais, citando programa sensacionalistas. Afirma, ainda, que "levar jornalistas ao calabouço" pelo uso das palavras exige "melhor reflexão".

Ainda de acordo com a defesa, o blogueiro preso é frequentador assíduo da região de fronteira, tanto que publicou fotos do comércio na região funcionando. Se quisesse fugir, argumenta o texto, não faria isso.


Nos siga no Google Notícias