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Política

Sem PM na porta, professores de MS vão às urnas em eleição disputada na Fetems

Entidade utiliza cédulas de papel e pleito ocorre sem a presença da PM, como pediu a chapa de oposição

Por Maristela Brunetto e Mylena Fraiha | 02/06/2025 10:29
Sem PM na porta, professores de MS vão às urnas em eleição disputada na Fetems
Professor vota para escolher nova presidência da Fetems, na sede da ACP, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

Cerca de 23 mil presidentes filiados à Fetems (Federação Estadual dos Trabalhadores em Educação), regulares com a entidade, devem ir hoje (2) às urnas escolher os dirigentes que vão conduzir a federação até 2029. Com a presença de uma candidatura de oposição, chegou-se a questionar o uso de cédulas de papel e urnas improvisadas, além de haver pedido de presença da Polícia Militar — o que não se confirmou na manhã desta segunda-feira.

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Professores de Mato Grosso do Sul escolhem hoje nova diretoria da Fetems. Cerca de 23 mil docentes filiados e em dia com a federação votam para definir os representantes que estarão à frente da entidade até 2029. A eleição, realizada em 74 sindicatos municipais, conta com duas chapas concorrentes, fato inédito nos últimos 20 anos. A disputa pela presidência da Fetems está entre Deumeires Rodrigues de Morais, atual vice-presidente e candidata da Chapa 1 "Fetems Forte", apoiada pela atual gestão, e Joaquim Neto, da Chapa 2 "Alternativa". A votação ocorre em urnas improvisadas, após a federação alegar impossibilidade de cumprir os prazos para utilização de urnas eletrônicas. A oposição questionou o método de votação e a falta de transparência no processo eleitoral. Entre as principais propostas das chapas, estão a equiparação salarial entre professores efetivos e convocados e o fim do desconto previdenciário de 14% para aposentados.

A votação ocorre nos 74 sindicatos municipais filiados, que ficaram responsáveis por providenciar as urnas. As eletrônicas não foram utilizadas porque a entidade informou não ter como cumprir o prazo prévio de cerca de 90 dias exigido pela Justiça Eleitoral para o envio de dados e liberação dos equipamentos. O edital encerrou o prazo de inscrição das candidaturas 30 dias antes da votação.

Na Capital, a votação ocorre na sede da ACP (Associação Campo-Grandense de Professores), localizada na Rua Sete de Setembro, região central. No local, havia equipe da comissão eleitoral para receber os votos dos professores, além de representantes das chapas para realizar a fiscalização.

Concorrem no pleito a atual vice-presidente, pela Chapa 1 “Fetems Forte”, Deumeires Batista de Souza Rodrigues de Morais, apoiada pelo atual presidente, Jaime Teixeira — que disputa o cargo de secretário de Finanças; e a Chapa 2 “Alternativa”, com o candidato à presidência Joaquim Neto, da Capital. Na manhã de hoje, Deumeires votou em Dourados e deve chegar a Campo Grande à tarde para acompanhar a apuração. Esta é a primeira vez, em 20 anos, que a Fetems tem duas chapas concorrendo na disputa eleitoral.

A votação será encerrada às 18h, e cada sindicato fará a apuração local dos votos. A Comissão Eleitoral Central ficará responsável pela totalização e a previsão é que o resultado seja divulgado ainda hoje.

Sem PM na porta, professores de MS vão às urnas em eleição disputada na Fetems
A presidente da Comissão Eleitoral Central, Solange, afirma que, até o momento, as eleições transcorrem com normalidade. (Foto: Henrique Kawaminami)

A presidente da comissão, Solange Ferreira Lopes, defendeu a tranquilidade do processo e afirmou ser desnecessária a atuação da Polícia Militar, anteriormente solicitada pela chapa de oposição. “Polícia para quem precisa de polícia”, resumiu. Jaime Teixeira também afirmou que não havia riscos que justificassem a presença de policiais. Segundo Solange, cada sindicato definiu o modelo de urna a ser utilizado — podendo ser de lona, madeira ou papelão — e essa escolha, segundo ela, não compromete a segurança da votação.

Além dos dirigentes da entidade, que representa a maior categoria do serviço público estadual, os professores também vão escolher 14 representantes regionais. Campo Grande, por exemplo, representa cidades do entorno, como Terenos, Jaraguari, Bandeirantes, Rio Negro, Corguinho, Rochedo, Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia, Camapuã e Figueirão.

Oposição – O professor Joaquim Neto criticou a falta de publicidade sobre o processo eleitoral, afirmando que percorreu o Estado para fazer campanha. Ele alegou falta de transparência e insegurança devido à ausência de urnas eletrônicas. Também questionou o esforço da entidade em afastar a presença da PM, com pedido feito ao governo, argumentando que há processos em que pessoas tumultuam a eleição.

Segundo o candidato, o tempo foi curto para formar uma equipe de fiscalização. Ele se apresenta como proposta de renovação em relação à candidatura de Deumeires, que já integra a atual gestão.

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Joaquim afirma que, se eleito, buscará mais “transparência para a Fetems” e melhorias na assessoria jurídica da entidade (Foto: Henrique Kawaminami).

Entre as propostas da Chapa 2, Joaquim afirma que, se eleito, buscará mais “transparência para a Fetems” e melhorias na assessoria jurídica da entidade. “Queremos que todos os custos, como gastos com água, luz e advogado, estejam disponíveis. Hoje, o advogado ganha 60 mil reais por mês e, quando o professor precisa entrar com um processo, tem que pagar 30%. Nós vamos ter advogados na Fetems que possam prestar assessoria jurídica nas áreas penal, cível e trabalhista, para atender à nossa categoria".

As duas chapas defenderam a equiparação da remuneração entre professores efetivos e convocados e o fim do desconto de 14% na contribuição previdenciária dos aposentados.

Sem PM na porta, professores de MS vão às urnas em eleição disputada na Fetems
candidato a vice da Chapa 1, Onivan Corrêa, defendeu a aprovação do Plano Nacional de Educação (Foto: Henrique Kawaminami).

O candidato a vice da Chapa 1, Onivan Corrêa, defendeu a aprovação do Plano Nacional de Educação, seguido pelo estadual e pelos municipais, com ênfase na implantação do piso salarial onde ele ainda não foi efetivado. Ele também destacou a necessidade de valorização dos funcionários administrativos.

“Tendo a Lei do Piso para os administrativos, a gente garante a carreira desses profissionais — que não só na rede estadual têm os menores salários, mas, em alguns municípios, também recebem o menor salário da rede municipal, na maioria das vezes”, afirmou Onivan.

Confira a galeria de imagens:

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