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Política

TJ mandou apreender documentos de ex-pastor na casa de Gilmar Olarte

Kleber Clajus e Edivaldo Bitencourt | 28/04/2014 15:59
Prefeito ainda não agendou depoimento sobre investigação sigilosa no Gaeco (Foto: Marcelo Victor)
Prefeito ainda não agendou depoimento sobre investigação sigilosa no Gaeco (Foto: Marcelo Victor)

A Justiça autorizou a apreensão de documentos ligados ao ex-pastor e ex-assessor da Prefeitura, Ronan Edson Feitosa de Lima, na casa do prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP). A informação é do desembargador do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Ruy Celso Barbosa Florence, que autorizou o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) a cumprir os mandados de busca e apreensão. 

“Na verdade, a investigação ocorre em caráter sigiloso. A medida cautelar era para documentos associados ao ex-pastor Ronan por suposto empréstimo de dinheiro. O procedimento fica com o Gaeco”, disse o desembargador.

De acordo com Ruy Celso, a investigação começou entre outubro e novembro do ano passado. O pedido de busca só teria sido encaminhado ao TJMS, porque o prefeito tem foro privilegiado. “Para mim só veio o pedido de busca e apreensão e a prisão de Ronan”, explicou.

Ambos os procedimentos foram executados no dia 11 de abril. Na casa de Olarte, os agentes do Gaeco apreenderam “cd’s de música e pen drive”, além de notificar o prefeito a depor.

Por sua vez, Ronan Feitosa chegou a ser preso em São Paulo (SP) e já foi ouvido pelo promotor de Justiça, Marcos Alex Vera. Ele responde a processo de estelionato, onde é acusado de ter dado golpe em Valdir de Souza Vieira, dono da VSV Construtora, através de troca de cheques com agiotas e saques de dinheiro da conta do empresário.

O Gaeco investiga Ronan, segundo uma fonte próxima do prefeito, porque ele usou a relação com Gilmar Olarte, quando era vice-prefeito, para passar cheques sem fundo, dar golpes e tirar vantagens.

Ele foi nomeado em janeiro do ano passado para trabalhar com o vice-prefeito. Ele também mantinha uma relação religiosa com Olarte e fazia parte da Igreja Assembleia de Deus Nova Aliança, que foi fundada pelo prefeito. Ele só foi exonerado no dia 17 de março deste ano, após a cassação de Alcides Bernal (PP).

Mesmo que o Gaeco não revele o teor da investigação, o mistério aumentou com telefones grampeados e a convocação de três vereadores do PT do B e do presidente regional do partido, Morivaldo Oliveira.Todos foram notificados na condição de testemunhas e já prestaram depoimento.

Por outro lado, Bernal decidiu “contribuir” com o caso associando áudio periciado, na última sexta-feira (25), na tentativa de ligar a investigação à crise política que resultou na cassação de seu mandato.

Olarte, que ainda não agendou seu depoimento, ressaltou que associar os erros de seu ex-assesor a ele “é pura maldade para criar dificuldade”.

O desembargador também revelou que a investigação tramita em sigilo por determinação da Justiça em primeira instância, que acompanha o caso desde o ano passado.

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