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Política

Vander diz que PT tem que pensar em Lula antes de fechar com Camila na Capital

Deputado insiste em união com partidos "inimigos" para formar frente ampla nas eleições de 2026

Por Jhefferson Gamarra | 20/02/2024 13:18
Deputado Vander Loubet e Camila Jara, ambos do PT, na Câmara dos Deputados (Foto: Divulgação)
Deputado Vander Loubet e Camila Jara, ambos do PT, na Câmara dos Deputados (Foto: Divulgação)

O deputado federal Vander Loubet (PT), voltou a reafirmar a necessidade de uma novo debate interno sobre a candidatura do PT à prefeitura de Campo Grande nas eleições deste ano. O líder da bancada federal de Mato Grosso do Sul, considerou prematura o fechamento do partido em torno da deputada federal Camila Jara (PT) como pré-candidata, sem espaço para discussões mais amplas e estratégicas com partidos que tradicionalmente não são aliados.

Em suas próprias palavras, Loubet destaca a necessidade de considerar o contexto das eleições municipais de 2024, já delineado pela direção nacional do PT e pelo presidente Lula, como uma "ponte essencial" entre os pleitos de 2022 e 2026. "A eleição de 2024 faz parte da estratégia de reeleição do presidente Lula. Não podemos fechar os olhos para o que está em jogo", alerta o deputado.

Em seu sexto mandato, o experiente deputado ressalta que a vitória do PT para a presidência 2022 foi apertada e alerta para a importância de atrair setores de centro-direita comprometidos com a democracia. "Devemos reconhecer que, em 2022, vencemos Bolsonaro por uma margem apertada de votos, graças à adesão de setores de centro-direita. Precisamos dialogar com esses setores, não podemos nos fechar em uma bolha", justificou Vander, que defende um composição com o PT assumindo a vice da ex-deputada Rose Modesto.

Reforçando ainda mais a necessidade da construção de um "frente ampla", Vander fez uma análise comparativa com o segundo mandato da presidente Dilma, que culminou em um impeachment. "A margem apertada da vitória deu ao adversário a esperança de cassá-la, como ocorreu em 2016. Não podemos ignorar os desafios que enfrentamos com margens estreitas", disse

No âmbito da estratégia nacional do PT, Loubet destaca o exemplo de São Paulo, onde o partido optou por uma aliança com o deputado federal do PSOL, Guilherme Boulos, com o PT indicando Marta Suplicy de vice.

"Em São Paulo, Lula venceu Bolsonaro por uma diferença maior que a nacional, mas optamos por uma candidatura diversa. Devemos aprender com essa estratégia", observou Vander, avaliando que o diretório do PT na Capital deveria seguir a mesma diretriz. "Em Campo Grande Bolsonaro venceu Lula por 62,65% a 37,35%. O bolsonarismo está mais enraizado aqui. Não podemos ignorar essa realidade. Precisamos de uma abordagem mais ampla e centrada em alianças para enfrentar esse desafio", disse.

Loubet conclui reforçando a importância de uma frente mais ampla do que o PT para enfrentar o bolsonarismo enraizado no eleitorado da capital, justificando que as eleições presidenciais em 2026 passa diretamente pelas eleições deste ano. "Serão os novos gestores municipais, a partir de 2025, que abrirão ou estreitarão as portas para a reeleição do presidente Lula em 2026".

"Estamos mais do que convictos de que o único, digno e inarredável projeto político nacional para o PT é o projeto de consolidação do governo Lula e da sua reeleição em 2026, portanto, vamos insistir de que cabe ao PT de Campo Grande, em 2024, debater a possibilidade concreta de construir uma aliança política mais ampla e capitaneada por quadro diverso do PT", finaliza o petista.

A posição de Vander Loubet aumenta ainda mais o embate interno no PT sobre a estratégia partidária para as eleições municipais de 2024. Em coletiva realizada ontem (19) a cúpula estadual do partido, com exceção do ex-governador Zeca do PT, refirmou que as discussões do partido estão encerradas com o nome da deputada federal Camila Jara como pré-candidata.

“A resolução da direção nacional foi clara, abriu-se um espaço para discutir eventuais alianças, não houve nenhuma proposta. Abriu-se um prazo para também definir a candidatura de unidade. E a direção municipal cumpriu todos esses ritos. Não tem documento novo, não tem resolução nova, o que vale é a resolução de 2023. Nós respeitamos a ex-deputada Rose Modesto, respeitamos a posição do deputado Zeca, do deputado Vander, mas discordamos. Discordamos porque entendemos que a candidatura da Camila é a que pode de fato unificar o nosso campo”, afirmou o presidente estadual da sigla, Vladimir Ferreira.

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