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Política

Vereadores questionam custos do transporte coletivo

Redação | 27/02/2009 11:40

Pela primeira vez, a Prefeitura de Campo Grande divulgou no site dela a planilha da composição dos custos do valor do passe de ônibus. Mas os números não convenceram todos os vereadores, mesmo após explanação nesta sexta-feira do diretor-presidente da Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos e Delegados, Marcelo Luiz Bonfim do Amaral.

A planilha de custos é feita pela própria Agência de Regulação, em conjunto com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), usando dados fornecidos pela Assetur (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano).

Em parte, o questionamento se deve à omissão de pelo menos um dado que faz parte da composição da planilha, o lucro previsto para as cinco empresas. Marcelo Amaral e o diretor da Assetur, João Rezende Filho, citaram que o lucro é de 12%, mas não deixaram claro se o percentual é sobre toda a movimentação financeira das empresas.

Pelos números da Agência de Regulação, no ano passado, foram 6,885 milhões de transportes de passageiros, com R$ 1,975 milhão (28,68%) de isenções beneficiando pessoas como idosos e estudantes.

Para a vereadora Thaís Helena (PT), o número referente à gratuidade está superfaturado. "Não concordo com esses números apresentados. Não faz sentido ter 1,9 milhão de gratuidades. Não são tantos os beneficiados", afirma. Ela questiona também quanto pesa na tarifa o lucro das empresas. Ninguém soube dar resposta a este questionamento.

O líder do prefeito, Paulo Pedra (PMDB), afirma que a apresentação da planilha de custos é um grande avanço e revela a transparência do Poder Executivo. "Ninguém gosta de aumento, mas lamentavelmente vamos ter que suportar, se estiver certo na planilha", disse.

Outra crítica com relação à gratuidade partiu do vereador Mário César (PPS). Para o parlamentar, o Poder Executivo deveria pagar pelas isenções. "O que eu entendo é que a Prefeitura concede o benefício e quem paga é o usuário. Fazer cortesia com chapéu alheio é fácil", disse.

Já o presidente da Comissão de Transporte e Trânsito, Vanderlei Cabeludo (PMDB), alertou os colegas que o objetivo da audiência era de tomar conhecimento da composição da tarifa e que era preciso cuidado para "não fazer do evento um palanque".

Cada ônibus do transporte coletivo percorre, em média, 6.307,01 quilômetros por mês. São 36 milhões de km/ano, feitos por todo sistema de transporte coletivo, que conta com 162 linhas e oito terminais.

Discussão - A audiência pública que aconteceu hoje, na Câmara Municipal, foi marcada após o anúncio do reajuste da tarifa de ônibus que passará a ser de R$ 2,50 em março. O passe com desconto, para quem tem cartão, é de R$ 2,30 (em horário de desconto esse valor cai para R$ 2,20).

Para o ônibus executivo, a passagem custa R$ 3 e R$ 2,80 (para quem tem o cartão).

Em datas especiais, a tarifa única é de R$ 1. Já o passe para o distrito Anhanduí é de R$ 8,90.

Salários - Há uma semana, foi divulgado o aumento de 8% no valor do passe, válido a partir do dia primeiro. O conselho de usuários chegou a declarar que salários de diretores de empresas teriam encarecido a tarifa, devido a um reajuste de 55%.

O diretor da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Rudel Trindade, afirmou que a Assetur apresentou a variação para ser inclusa na tarifa, mas o número foi desconsiderado. Ele também nega a informação de que o aumento desses salários foi de R$ 9 mil para R$ 14 mil.

De acordo com Rudel Trindade, o salário de dois diretores, de uma mesma empresa, subiu de R$ 4,5 mil para R$ 7 mil.

Apesar da afirmação, a ABCCON/MS (Associação Brasileira da Cidadania e do Consumidor/MS) afirma que, enquanto motoristas tiveram reajuste de 7%, os diretores das empresa de ônibus passaram a receber pró-labore de até R$ 14 mil e que tudo isso vai para o reajuste final da tarifa conclui

No final da tarde de hoje, às 18 horas, um grupo de vereadores vai se reunir com o prefeito para discutir o assunto.

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