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Interior

Prefeito admite conversa com mulher bonita, mas nega desvio de recursos

Lidiane Kober | 25/09/2013 16:07
Bonita, Luciane era responsável em cooptar prefeitos para a quadrilha (Foto: Divulgação)
Bonita, Luciane era responsável em cooptar prefeitos para a quadrilha (Foto: Divulgação)
Ludimar destacou evolução financeira de R$ 7 milhões do Previporã (Foto: Divulgação)
Ludimar destacou evolução financeira de R$ 7 milhões do Previporã (Foto: Divulgação)

Flagrado por grampos telefônicos conversando com Luciane Lauzimar Hoepers, uma das armas da quadrilha acusada de desviar R$ 50 milhões de fundos de pensão de servidores públicos, o prefeito de Ponta Porã, Ludimar Novais (PPS), admitiu diálogo com a mulher, mas negou qualquer participação na organização criminosa e muito menos desvio de verba da prefeitura.

Em entrevista coletiva, ele apresentou documentos para provar a saúde financeira do Previporã (Instituto de Previdência Social dos Servidores de Ponta Porã) e destacou evolução dos recursos em oito meses de sua administração. Em 31 de dezembro de 2012, o Instituto teria aplicado na Caixa Econômica e no Banco do Brasil R$ 35.366.771,47. “Em 31 de agosto deste ano, o valor era de R$ 42.074.999,02, um crescimento de cerca de R$ 7 milhões”, evidenciou.

Em 14 de março, segundo grampos da Polícia Federal, que deflagrou em nove estados a Operação Miquéias, Luciane, a “mulher bonita” da quadrilha, responsável em cooptar prefeito, entrou em contato com Ludimar. Em 23 de abril, ela voltou a procurá-lo e, sete dias, depois anunciou viagem a Mato Grosso do Sul “para buscar cliente novo em duas cidades com cadastro”, no caso Ponta Porã e Porto Murtinho.

Ainda na entrevista coletiva, Ludimar confirmou o contato. “Fui procurado sim, por representante de uma das empresas citadas na Operação Miquéias, tal como todos os dias pessoas dos mais diversos segmentos acorrem à prefeitura. No caso, encaminhei para a presidente do Previporã, que é uma pessoa de absoluta confiança, mas não indiquei investimentos até porque não conheço nada neste setor”, disse.

Em 20 de junho, quase dois meses depois do primeiro contato, em telefonema com outra pessoa, Luciane confirma o investimento feito com o Previporã. “Ontem eu tive uma reunião com um prefeito lá de Ponta Porã, do Mato Grosso do Sul, ele vai fazer uns investimentos com a gente, já fez cadastro e tudo lá do instituto”, apontou o grampo da PF.

Ludimar, por sua vez, nega com veemência qualquer desvio de verba pública. “Não tenho qualquer participação em negociatas com a citada empresa investigada, sou prefeito de Ponta Porã, tenho uma imagem a zelar e não posso ser colocado em vala comum como se fosse criminoso. Essas denúncias veiculadas na mídia foram feitas de forma equivocada”, afirmou.

Presidente do Previporã, Tereza Sato reforçou a inocência. “Essa operação nos pegou de surpresa porque não fizemos nenhuma negociação com a empresa investigada. Os investimentos do Previporã foram feitos através da empresa Gradual, que tem credibilidade no mercado e cabe destacar que só fazemos qualquer aplicação se a proposta estiver enquadrada dentro da resolução do Banco Central do Brasil e tiver a aprovação do Conselho Curador do Instituto”, frisou.

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