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Obra milionária em MS tem alojamento com mil homens e reconhecimento facial

São quarenta quartos por bloco, todos com ar-condicionado para enfrentar o calor de Ribas do Rio Pardo

Aline dos Santos, enviada especial a Ribas do Rio Pardo | 14/09/2021 09:28
Joel mostra tecnologia de reconhecimento facial para liberar catracas de alojamento. (Foto: Marcos Maluf)
Joel mostra tecnologia de reconhecimento facial para liberar catracas de alojamento. (Foto: Marcos Maluf)

O que promete ser a maior fábrica de celulose do mundo, também tem um alojamento para trabalhadores que impressiona. Localizada no bairro mais antigo de Ribas do Rio Pardo, a estrutura é para 1.280 homens, tem investimento de R$ 11 milhões e a entrada será controlada por reconhecimento facial.

O acesso moderninho foi a escolha em tempos de covid, pois não haverá contato com superfícies. Basta olhar para a tela e aguardar a leitura. O sistema também só permite entrada se houver o registro da saída. Portanto, nem pensar em pular os muros que ainda serão construídos. O dispositivo ainda vai entrar em funcionamento.

No local, no Bairro São Sebastião, que também dá nome ao alojamento, o ritmo é de obras. Do lado direito, já estão prontos os quartos, que abrigam 640 trabalhadores. A cada bloco, que tem 160 pessoas, uma estrutura com 10 banheiros e 16 chuveiros.

Do lado esquerdo, obras. Do lado direito, alojamentos já recebem 640 trabalhadores. (Foto: Marcos Maluf)
Do lado esquerdo, obras. Do lado direito, alojamentos já recebem 640 trabalhadores. (Foto: Marcos Maluf)

São quarenta quartos por bloco, todos com ar-condicionado para enfrentar o calor de Ribas do Rio Pardo. Nas lavanderias, máquinas de lavar e 36 tanques. Pelos varais, que ficam em frente dos quartos, reina a monotonia de peças e cores: uniformes e roupas íntimas masculinas. Nesta etapa da obra, que está na fase de terraplanagem, o trabalho é exclusivo para homens.

Já o alojamento tem 45 funcionários e emprega mulheres. Na manhã de quinta-feira (dia 9), enquanto elas se empenhavam na limpeza e no refeitório, com capacidade para servir 850 cafés da manhã, os pedreiros erguiam novos blocos para abrigar outros 640 trabalhadores que ainda irão chegar ao município.

Proprietário da empresa Alojamentos Aliança, Joel José May trocou Santa Catarina por Ribas do Rio Pardo, em novembro do ano passado. No currículo, traz a experiência de quem trabalha há 15 anos com alojamentos industriais. Ele afirma que o investimento já chega a R$ 11 milhões. Somente o terreno custou R$ 1,5 milhão.

Edivan trocou Três Lagoas por Ribas do Rio Pardo para trabalhar. (Foto: Marcos Maluf)
Edivan trocou Três Lagoas por Ribas do Rio Pardo para trabalhar. (Foto: Marcos Maluf)

Além de novos quartos, as obras incluem campo de futebol e quadra de vôlei de areia. O setor de lazer tem mesa de sinuca e pebolim. Ainda vai chegar a mesa de pingue-pongue e ser aberta a sala de TV. Há três dias no alojamento, Edivan Amâncio, 38 anos, aguarda para ir ao canteiro da fábrica. Ele conta que é de Três Lagoas e tem experiência em grandes obras.

A estimativa da administração municipal é de que 1.500 trabalhadores desembarcaram em Ribas do Rio Pardo para tirar a fábrica do papel. O empreendimento é da Suzano, mas por enquanto, o trabalho fica por conta da Tucumann, empresa terceirizada que tem sede no Paraná. No pico da obra, esperado para o fim de 2022, serão dez mil trabalhadores.

O São Sebastião é o maior alojamento de Ribas do Rio Pardo e terá 1.280 pessoas. (Foto: Marcos Maluf)
O São Sebastião é o maior alojamento de Ribas do Rio Pardo e terá 1.280 pessoas. (Foto: Marcos Maluf)

Conforme o prefeito João Alfredo Danieze (Psol), são quatro alojamentos em construção. Por determinação de lei municipal, todos ficam no perímetro urbano, mas nas bordas da cidade. “Vieram trabalhadores do Sul, de São Paulo, do Nordeste. De países como Colômbia, Venezuela, Cuba, Argentina, Haiti. A empresa de terraplanagem trouxe muito paranaense para cá”.

A fábrica da Suzano tem investimento de R$ 14,7 bilhões e impacta fortemente as finanças. Com excesso de arrecadação de R$ 27 milhões, a prefeitura deve triplicar o orçamento nos próximos anos, chegando a R$ 350 milhões, e projeta mais oito mil moradores. A planta de celulose será a maior empregadora da cidade.

O perfil econômico do município é formado pela pecuária (que ocupa 65% da área), soja (50 mil hectares), carvoarias e uma fábrica em atividade, responsável por 180 empregos diretos e 450 indiretos.

Joel se mudou de Santa Catarina para Ribas e investe em alojamento industrial. (Foto: Marcos Maluf)
Joel se mudou de Santa Catarina para Ribas e investe em alojamento industrial. (Foto: Marcos Maluf)

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