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Economia

"Drones" chegam ao campo para agilizar e baratear trabalho em lavoura

Usinas de MS testam nova tecnologia para monitoramento de falhas

Caroline Maldonado | 11/05/2014 16:47
Com cerca de dois metros de envergadura, o Vant é usado para sobrevoar a plantação, por meio de um controle remoto (Foto: PSG Tecnologia Aplicada)
Com cerca de dois metros de envergadura, o Vant é usado para sobrevoar a plantação, por meio de um controle remoto (Foto: PSG Tecnologia Aplicada)

Controlado remotamente, o Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado), mais conhecido como "drone", palavra em inglês que, na tradução para o português, equivale a sanzão, é a nova aposta de três usinas de cana-de-açúcar do estado, para melhorar o monitoramento da produção e baixar os custos. Há um ano, o projeto em parceria entre a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a PSG Tecnologia Aplicada e usinas localizadas nos municípios de Dourados, Nova Andradina e Angélica está abrindo uma nova perspectiva para o campo. O objetivo é desenvolver um protótipo, que poderá ser comercializado e adaptado a novas demandas, futuramente.

Quando realizado manualmente, o monitoramento das áreas precisa de seis pessoas trabalhando e leva cerca de um mês para ser concluído. Já com o uso do Vant são necessários apenas três funcionários e o trabalho fica pronto em três dias, de acordo com o gerente da Usina Agroindustrial Santa Helena, localizada em Nova Andradina, Adriano Fecundo. “O Vant dá um subsídio muito melhor, porque com o trabalho manual nós só temos resultado de amostragens, mas com o equipamento fazemos uma área de um mil hectare em poucos dias”, avalia.

De acordo com a responsável técnica da PSG, Carla Fernandes de Barros, os Vants já são usados, no estado, para identificar áreas de degradação ambiental ou assoreamento de rios. A técnica não revela as outras frentes de pesquisa, mas garante que “os Vants são essenciais, porque a imagem é muito nítida e o custo financeiro desse processo é bem inferior ao do monitoramento manual”.

A Anac proíbe o uso do Vant em áreas urbanas (Foto: Ariosto Mesquita/Revista AgroDBO)
A Anac proíbe o uso do Vant em áreas urbanas (Foto: Ariosto Mesquita/Revista AgroDBO)
O equipamento também é conhecido como "Drone"  (Foto: Ariosto Mesquita/Revista AgroDBO)
O equipamento também é conhecido como "Drone" (Foto: Ariosto Mesquita/Revista AgroDBO)

Como funciona - O equipamento, que lembra um planador, tem cerca de dois metros de envergadura e pesa até sete quilos. É usado para sobrevoar a plantação, por meio de um controle remoto. Operando com câmeras semi-profissionais, o Vant decola e, de modo autônomo, cumpre uma “missão” previamente traçada pelo operador. Depois de fazer imagens fotográficas o Vant emite um sinal, informando que finalizou a tarefa.

As imagens devem ser analisadas por um sistema, que está sendo desenvolvido por pesquisadores da universidade, sob a coordenação do professor Edson Takashi. O Laboratório de Inteligência Artificial (LIA) é responsável por tratar as imagens e reconhecer padrões, ou seja, perceber quando uma área está com falhas ou não. “É a mesma tecnologia usada para que a câmera perceba se uma carinha está triste ou alegre”, explica.

Segundo Takashi, integrado ao sistema de reconhecimento, o Vant pode ser utilizado em diversas outras culturas, tais como soja e eucalipto. Para o professor, tratam-se de dois recursos que serão cada vez mais exploradas no meio rural. “Tanto as pesquisas acerca do Vant, como os sistemas de reconhecimento de padrão estão em amadurecimento nesse momento, então as possibilidades são cada vez maiores”.

Da guerra para a caixa de brinquedos – De acordo com a responsável técnica da PSG, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) proíbe o uso do equipamento em áreas urbanas. No entanto, é nas ruas que ele ganhou uso e nome mais populares.

O "drone" importado em tamanhos bem menores é usado, em especial, por fotógrafos e cinegrafistas, para captar imagens em diversas áreas.

Em lojas virtuais, os preços variam de R$ 250 a R$ 3 mil, de acordo com o tamanho e potencialidades do produto. Tido como um brinquedo, o mais popular tem suporte para Iphone, Ipad, Android e Tablets.

Os primeiros “drones” foram criados pelos Estados Unidos, em 1953, para fins militares e já foram utilizados pelo país em ataques ao Oriente Médio.

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