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Economia

De olho em duas safras por ano, sojicultor antecipa colheita em MS

Zana Zaidan | 20/01/2014 17:23
Colheita da soja precoce já começou no estado e deve durar até o fim do mês (Foto: Reprodução)
Colheita da soja precoce já começou no estado e deve durar até o fim do mês (Foto: Reprodução)

Produtores de soja que optaram pelo plantio da variedade precoce já iniciaram a colheita da safra 2013/2014 em Mato Grosso do Sul. O trabalho começou nos primeiros dias do ano, momento em que o grão estava no ponto para ser colhido, e deve seguir até o final de janeiro.

Cultivada logo que o plantio é liberado no Estado, no dia 15 de setembro, a soja precoce ocupa 200 mil hectares da área plantada. A diferença com as demais variedades é o ciclo mais rápido do grão. Enquanto a soja de ciclo semi-precoce (a mais cultivada por agricultores locais) demora até 130 dias para atingir a fase de maturação, o tempo da precoce é reduzido para, em média, 110 dias, explica o doutor em Fitotecnia da Embrapa Agropecuária Oeste, Rodrigo Arroyo Garcia.

Apesar da colheita antecipada, o custo de produção, produtividade e rentabilidade da cultivare são os mesmos.

Vantagens – “Com o encurtamento, o produtor consegue monitorar melhor a lavoura, facilitar o manejo e controlar as doenças da soja, principalmente a ferrugem”, aponta o especialista.

Outra vantagem é a possibilidade de o sojicultor colher duas safras em um único ano agrícola - uma da soja, e outra de milho. “O produtor faz isso de olho em antecipar o plantio do milho, que poderá ser plantado no período ideal para o crescimento do grão”, analisa Garcia.

“Quanto antes o milho for plantado, melhor para o crescimento. Ele se desenvolve melhor no período chuvoso, quando tem mais água e calor (luminosidade) e escapa das geadas lá na frente, que começa em meados de maio”, acrescenta.

Produtor que escolhe soja precoce está de olho em antecipar plantio do milho (Foto: Reprodução)
Produtor que escolhe soja precoce está de olho em antecipar plantio do milho (Foto: Reprodução)

Risco – Apesar de não ser mais cara e, ainda, ser colhida mais rápida, há um risco que afasta boa parte dos sojicultores: o fator climático.

Essencial para o desenvolvimento, a estiagem no início do plantio e o excesso de umidade durante a colheita. “O prejuízo que o clima pode trazer é maior do que o ganho por colher antes”, afirma.

Caso de muitos produtores do Estado. A estimativa é que cerca de 8% da área tenha sido perdida devido à falta de chuva, o que reduziu a produção desta safra de 6,3 milhões de toneladas para 6 milhões.

“Agora, a expectativa do produtor de soja precoce que foi afetado é que, mais para frente, o milho plantado no período ideal compense as perdas”, exemplifica o especialista.

Ciclos – Produtores de soja têm à disposição cinco cultivares de soja, que variam quanto ao ciclo: super precoce, precoce, semi-precoce, médio e tardio.

Quem planta a precoce e a super precoce em 15 de setembro consegue colher no mês de janeiro, enquanto, a maior parte dos sojicultores do Estado, que planta a semi-precoce, vai encerrar a colheita entre fevereiro e março.

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