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Economia

Oferta maior fez Friboi remanejar abates para o MT

Redação | 08/07/2009 10:34

A elevação do preço da arroba bovina, decorrente do período de entressafra, fez o grupo Friboi remanejar parte dos abates para a planta de Mato Grosso, onde a oferta de animais é maior. Duzentos funcionários da planta de Campo Grande foram demitidos ontem.

Para o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, José Lemos Monteiro, o movimento é normal em função da sazonalidade. "A economia é livre. Todos temos que ter lucro", diz.

Segundo ele, o pecuarista sul-mato-grossense está hoje mais bem informado quanto ao seu custo de produção e por isso não aceita mais preços que não o remunerem. Hoje a arroba é negociada no patamar de R$ 74,00 a R$ 75,00, mas os custos são estimados em R$ 79,00.

Dessa forma os produtores estão segurando os animais no pasto e vendendo de forma ajustada apenas para saldar compromissos.

Sobre a oferta maior de gado no Estado vizinho, Monteiro destaca que Mato Grosso conta com áreas de pastagem novas e com fertilidade maior. Além disso, as chuvas mais bem distribuídas ajudam na produtividade.

O presidente do Sindicato Rural lembra que o rebanho nacional teve forte redução nos últimos anos, devido ao abate de matrizes.

A assessoria de imprensa do Friboi emitiu nota informando que "as mudanças no quadro de profissionais de Campo Grande estão ligadas a um movimento contínuo de melhorias da eficiência da empresa e da modernização de nossos parques fabris". Também informa a incorporação de unidades de abate e desossa no Mato Grosso, mas não menciona estratégia de remanejamento em busca de maior oferta de gado.

Diante das demissões, Rinaldo de Souza Salomão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Campo Grande e região, voltou a apelar para o Governador André Puccinelli para que intervenha no caso para aumentar a oferta de boi para abate, liberando a importação de gado do Paraguai, "pelo menos nesse período crítico".

Segundo ele, os frigoríficos no Estado estão operando muito abaixo de sua capacidade média. "Alguns estabelecimentos que têm capacidade para abate de até 800 cabeças/dia, estão abatendo 50 a 100 cabeças/dia. Eles não vão suportar muito tempo. Vão quebrar. Antes disso vão voltar a demitir funcionários".

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