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O turismo voltou em Mato Grosso do Sul. E o turista?

Paulo Nonato de Souza | 21/07/2020 07:12
Em Miranda, região pantaneira, veículo de safari fotográfico a espera da volta dos turistas (Foto: VisitPantanal/Divulgação)
Em Miranda, região pantaneira, veículo de safari fotográfico a espera da volta dos turistas (Foto: VisitPantanal/Divulgação)

Os atrativos turísticos, hotéis e restaurantes de cidades-polo de turismo de natureza em Mato Grosso do Sul, como Bonito, Jardim e Miranda, foram reabertos a partir do dia 15 de junho depois de quase quatro meses de suspensão das atividades por conta da pandemia do coronavírus, mas está faltando a volta dos turistas.

Em Miranda, pouco mais de um mês da retomada o que se percebe é que a volta será lenta e gradual, também para os turistas, e não apenas para as empresas do setor. O desafio é resgatar a confiança dos viajantes com os rigorosos protocolos sanitários, conforme padrões internacionais de biossegurança.

A lista de obrigações inclui itens, como uso obrigatório de máscara, álcool 70% e gel, por funcionários dos estabelecimentos e visitantes, higienização das áreas comuns, desde recepção, balcões, mesas, saídas de elevador e banheiros, ambientes ventilados e nas hospedagens até café da manhã à la carte ou servido no quarto.

“Está todo mundo muito cuidadoso. Aqui no Pantanal o turismo de pesca está com um bom movimento na volta, claro que nada como antes da pandemia, mas é o setor que está com maior público. O ecoturismo está bem abaixo, bem pouca gente, uma família ou outra, tudo bem lentamente”, disse Cristina Moreira Bastos, presidente da Associação VisitPantanal.

Segundo ela, ainda não há previsão de retorno dos ônibus de turismo, que são os grupos de excursão comuns no Pantanal. “As reservas estão canceladas até 31 de agosto, estamos tentando vender pacotes para setembro. Vamos ver como estará até lá, mas já é possível ver uma luz no fim do túnel, e isso nos traz esperança”, ressaltou Cristina Bastos.

Em Bonito, um dos principais destinos de ecoturismo do Brasil, a retomada aconteceu a partir de 01 de julho, e o cenário também é de esperança na volta gradual dos visitantes. “Estamos com uma média de 20% de visitação, mas depois de ficarmos fechados por mais de três meses, acredito que os turistas aos poucos irão se sentir mais seguros com os protocolos adotados em nossa região”, comentou Adriana Merjann, da agência Bonito Way Turismo.

Em Bonito, o passeio de bike é um dos atratitvos ao ar livre com a tendência de atrair mais turistas neste início de retomada (Foto: Allan Velcic/Divulgação)
Em Bonito, o passeio de bike é um dos atratitvos ao ar livre com a tendência de atrair mais turistas neste início de retomada (Foto: Allan Velcic/Divulgação)

Respeito ao tempo dos turistas - A retomada foi um alívio para os empresários do setor diante dos prejuízos sofridos pela parada, mas como o vírus  do Covid-19 ainda é uma ameaça presente, era mesmo de se esperar que a reabertura dos atrativos não significava garantia de que tudo estaria normal. Pelo menos por enquanto essa é uma realidade ainda um pouco distante.

“Não está igual ao que era antes, mas já estávamos cientes disso, e acreditamos em uma retomada mais lenta até como forma de controle do coronavírus. Não estamos na hora de acelerar nada. Temos que respeitar o tempo das pessoas, queremos receber aqueles que já estiverem seguros para viajar e fazer isso com muito carinho”, declarou Kassilene Carneiro Cardadeiro, da H20 Ecoturismo e Eventos.

O movimento nos passeios de bike está perto do normal, segundo Allan Velcic, proprietário da empresa Rota Aventura, uma operadora de cicloturismo de Bonito, especializada em trilhas e roteiros de bicicleta. Ele disse ao Campo Grande News que desde a volta atendeu uma família de seis campo-grandenses, 14 pessoas de São Paulo e 10 do Paraná, e tem uma reserva de mais oito pessoas de Campo Grande para o final deste mês.

“Há quem diz que o movimento na cidade está bem fraco, mas para os passeios de bike eu vejo que, dada às circunstâncias da pandemia, está bem bacana, tanto que estou atendendo clientes praticamente todos os dias”, comentou Velcic.

O centro de Bonito por volta de 21 horas no último domingo, 19. Em períodos de normalidade a região central da cidade estaria fervilhando de gente (Foto: Divulgação)
O centro de Bonito por volta de 21 horas no último domingo, 19. Em períodos de normalidade a região central da cidade estaria fervilhando de gente (Foto: Divulgação)

“A retomada só vai começar, de fato, quando as pessoas voltarem a se sentir seguras em viajar”, avalia a presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav Nacional), Magda Nassar.

Para resgatar a confiança dos turistas, ela aposta no cumprimento dos protocolos elaborados por representantes de empresas do setor em conjunto com o Ministério do Turismo, que resultaram na criação do selo “Turismo Responsável - Limpo e Seguro” sobre boas práticas de higienização contra o coronavírus.

“É um conjunto de medidas de biossegurança para que hotéis e  agências de viagens retomem as atividades, atendendo às recomendações sanitárias necessárias à interação de funcionários e clientes”, ressaltou a dirigente da Abav.

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