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A indústria que Campo Grande merece, Sérgio Longen

Por Sérgio Longen (*) | 07/08/2012 17:12

Para promover e contribuir com o desenvolvimento das cidades e das pessoas, a indústria precisa de alicerces sólidos para produzir com plena competitividade. Uma base estratégica que combina infraestrutura com logística adequada, concessões fiscais, linhas de crédito e interlocução permanente com as lideranças empresariais. É um suporte necessário e fundamental para promover cenários com melhores oportunidades, tanto para empresários, quanto para os nossos trabalhadores.

No momento em que Campo Grande, a capital do nosso Estado, completa 113 anos é oportuno tratar da recente evolução industrial e das transformações proporcionadas para as pessoas. Entre 1996 e 2012, até maio passado, registramos um crescimento de 111,9% no número de indústrias e de 141,7% no de trabalhadores. Saltamos de 1.188 para 2.517 indústrias. E de 17.638 para 42.628 trabalhadores.

Quando Campo Grande foi elevada à condição de Capital, há 34 anos, ocorreu um evidente avanço no processo de industrialização nas décadas seguintes. Natural. Uma nova Capital, novas perspectivas e possibilidades múltiplas. No entanto, o ritmo deste movimento poderia ter sido bem mais intenso e os resultados ainda melhores, caso contássemos com políticas capazes de planejar e estimular a atividade industrial, na sua diversidade e potencialidade.

Para crescer ordenadamente, gerar empregos e melhores salários, a indústria não pode ficar concentrada em territórios delimitados, muitas vezes sem infraestrutura, como asfalto, saneamento adequado, acessos rápidos para várias regiões da cidade, creches, entre outros equipamentos e serviços essenciais. Estabelecer “guetos” industriais não é solução contemporânea.

O elevado nível de competitividade e o avanço tecnológico impõem desafios mais grandiosos aos nossos governantes, em todos os níveis da administração pública. É necessário, acima de tudo, estabelecer uma rede de integração para a indústria que contemple as áreas da produção, de gestão e de logística. Equipamentos como o Terminal Intermodal de Cargas de Campo Grande e o Porto Seco já deveriam estar em pleno funcionamento, há tempos. Obras estratégicas, sem solução de continuidade.

A base da vida das pessoas está nos municípios. É onde tudo acontece. Para melhor ou para pior. A indústria tem sido pródiga no esforço de promover sempre o melhor, porque nossos empresários dedicam-se com extraordinário empenho à tarefa de produzir, de crescer e gerar mais divisas. Falta mais apoio para uma atividade que gera, hoje, milhares de empregos diretos e mantém uma espetacular sucessão de efeitos multiplicadores para vários outros setores, notadamente o comércio.

Mesmo sem a parceria da municipalidade, temos trabalhado muito em Campo Grande. O programa Ação Fiems, que leva os cursos do Senai para os bairros e vilas, além dos serviços e da inclusão digital do Sesi, vai atender somente neste ano 5.600 pessoas, somadas às beneficiadas desde março do ano passado, chegaremos a mais de 7.300 pessoas atendidas.

Este é um programa inovador, realizado em conjunto com as Associações de Moradores das respectivas comunidades, que indicam os interessados nos cursos e nos cedem os espaços para realizá-los. Oferecemos hoje 20 cursos em 77 bairros. É a qualificação na porta das casas destas pessoas. É a descentralização do Senai e ampliação do atendimento do Sesi.

Em parceria com a Pró-Vida, estamos construindo a nova sede da FatecSenai Campo Grande, que atuará na formação de trabalhadores em áreas profissionais relacionadas à gestão e automação industrial. O prédio com 3 pavimentos será inaugurado neste segundo semestre.

Campo Grande tem assistido e participa, a cada mês de outubro, da Volta das Nações, a nossa meia-maratona internacional que no ano passado atraiu uma multidão de mais de 15 mil pessoas, além dos atletas internacionais. Colocamos nossa Capital no calendário das maiores provas de atletismo do país. Também trouxemos para cá projetos culturais inovadores, como o Fito (Festival Internacional de Teatro de Objetos), o Sesi Bonecos, na Ponta da Língua e o Cine Sesi.

Campo Grande tem mesmo um algo a mais. É a vontade de todo o seu povo, de todos nós que moramos e trabalhamos pelo desenvolvimento desta terra.

Nossa cidade merece todo nosso esforço e uma indústria a pleno vapor.

(*) Sérgio Longen é empresário do setor de alimentos e presidente da Fiems – Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul.

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