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Greve nacional, por Ruy Sant’Anna

Marta Ferreira | 16/08/2012 08:57

O Governo Federal quando fala sobre imprevisibilidade do futuro econômico suportável do País, quanto às reivindicações dos servidores federais em greve, usa o mais previsível dos argumentos.

Joga para a arquibancada o argumento de que está preocupado, é com o emprego, com os desamparados que buscam um lugar ao sol. Acontece que os servidores das várias categorias de tanto estarem ao sol já estão torrando, sem uma sombra providencial que buscam agora em seus movimentos.

Hoje não só o desemprego é assustador como o risco de mesmo empregado sentir-se desprestigiado e aviltado com planos de cargos e salários defasados, com deficiências nos meios para desempenharem suas tarefas, etc.

Assim, pela fala da presidente, até agora o imprevisível é o encontro de soluções adequadas, pelo menos até quando o discurso presidencial não apresentar algo palpável para a solução da crise nacional que está escancarada.

Diante da macroeconomia sabemos que o atendimento às categorias reclamantes evidentemente terá um custo. Mas a pergunta é: por que o governo deixou acumular esse montão de injustiças sociais? Justamente contra os que fazem o governo funcionar?

O argumento aqui apresentado não objetiva diminuir a importância dos cálculos governamentais. O que não se pode esquecer é que o governo é o responsável pelo problema que está aí. Deixou que eles se avolumassem por anos a fio, por isso conhecendo a origem de tais reivindicações, não tem o direito de fazer lambança na hora da decisão. Muito menos não pode jogar esses desassistidos contra o povo.

Assim, deve-se evitar a acomodação dos problemas ao jogar com a dureza da lei contra as categorias que reclamam seus direitos.

A ênfase, o destaque deve ser dado para as soluções. Pois o alarmismo, mesmo que, com a cor de rosa pode resultar em resultados muito mais desastrosos do que uma tentativa racional de diálogo de quem tem o poder Executivo para decidir e de outro lado lideranças ordeiras e legítimas, porque também eleitas.

Que se estabeleça o mais democrático encontro entre o Governo Federal e lideranças das categorias em greve. Sobretudo que de ambos os lados perceba-se a boa vontade no acerto.

O governo não tem o direito de fazer beicinho para reclamar que recebe muitas reclamações e de diferentes setores da economia brasileira. Quem se elege presidente do País tem a obrigação de resolver problemas. Eles só avolumam quando não resolvidos.

O País espera que esse confronto se torne uma oportunidade para alternativas de crescimento do Brasil, e não tenha um final de sofrimento e ranger de dentes, com uma falsa sensação de vitória sobre os que nunca são inimigos de governo nenhum.

Espero que de ambos os lados haja um exemplar diálogo mundial, de transigência e negociação indicando o mais democrático dos caminhos que todos desejamos.

A inflexibilidade quase nunca é companheira fiel da verdade e esta é atrapalhada pelo fanatismo.

A Nação que assiste a tudo isso, estarrecida porque de há muito não vê movimento tão abrangente no país espera que a convivência dos contrários estabeleça um exercício para fortalecimento da democracia.

Que se garantam acordos e decisões mais justas para toda a sociedade brasileira que queremos justa e próspera. E que todos tenham um bom dia, um bom dia pra vocês.

(*)Ruy Sant’Anna é advogado e jornalista

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